terça-feira, 11 de agosto de 2015

O Discípulo Radical - John Stott

Meu primeiro contato com os livros de John Stott, foi amor a primeira leitura. Ainda era pré-adolescente quando li "O que Cristo pensa de sua Igreja", uma analise a partir das sete Igrejas do Apocalipse. Nem sabia que esse seria o primeiro de tantos outro livros, pensamentos, exemplos e inspirações que o nobre John Stott iria me proporcionar através de sua vida de comunhão e busca do Divino.

O livro que me proponho a falar, foi o ultimo de sua autoria no auge de seus 88 anos. Ele elucida oito características de um discípulo 'radical', e não, esse 'radical' não e de esportes radicais. rs
Ele evoca a etimologia latina da palavra 'Radical'(radix) que é raiz. Ou seja, o Discípulo 'radical' é o que é profundamente comprometido com suas crenças, que tem raízes profundas e bem alicerçadas. 
A princípio não havia nenhuma diferença entre ser cristão e ser discípulo, pois os dois significavam a mesma coisa. Contudo, com o tempo, a palavra “cristão” assumiu a forma de nominalismo. Já a palavra discípulo continua com a mesma implicação, pois ela diz respeito ao relacionamento de aluno e professor. Logo, somos chamados a sermos discípulos, ou seja, termos um relacionamento pessoal com nosso Mestre.

Stott discorre a respeito de uma vida de (1)Inconformismo com o mundo presente, do qual nós devemos viver, testemunhar e servir ao mundo, e ainda assim não nos conformarmos com ele. E diante dos desafios de nosso contemporaneidade pluralista, temos de proclamar a singularidade de Cristo, dizer não ao materialismo que tenta ofuscar nossa espiritualidade, afirmar as verdades de Cristo diante do relativismo e combater o amor a si mesmo na forma do narcisismo.

O proposito eterno para o qual fomos criados e que cada um de nós assuma nossa verdadeira identidade, e essa é a (2)Semelhança de Cristo. Desde o passado, ao presente, e no futuro, estamos a caminhar nessa direção, de partilharmos da natureza divina em toda sua plenitude. Devemos nos assemelhar em Cristo em todos os seus atos, encarnando sua mensagem em nós através de atos, servindo como ele serviu, amando com o amor do calvário, suportando os sofrimentos em prol do bem maior e cumprindo nossa missão assim como Ele cumpriu e nos comissionou para fazer o mesmo.

Esse processo de se assemelhar a Cristo, é um crescimento gradual, e logo, nosso anseio de ser o da (3)Maturidade. A maturidade é o estado de quem cresceu e aprendeu as lições que precisava, para seguir a vida com seus próprios pés. Ter um relacionamento maduro com Cristo requer tempo, e Deus se compraz em nos ver crescer, não importa o tempo que passe. Contudo, todo pai sente prazer quando seu filho começa a caminhar, mas qual é o pai quer que seu filho em idade adulta, ainda precise de ajuda no caminhar? O prazer do pai se encontra na satisfação de ver seu filho crescendo. Da mesma maneira Deus, se compraz em ver nosso amadurecimento Nele.

Ser um discípulo é abraçar suas responsabilidades diante do mundo, e não somente o das relações humanas, então logicamente também temos que ter o (4)Cuidado com a Criação como uma de nossas bandeiras. A natureza nos foi entregue para que zelássemos por ela, e para isso precisamos nos comprometer também com um estilo de vida e uma politica que se engaje na preservação da natureza como deve ser.

Diante de um mundo materialista, e por isso mesmo, consumista. Nosso maior desafio diante da sociedade que valoriza o 'Ter' acima do 'Ser' é uma vida de (5)Simplicidade e contentamento. Talvez umas das partes mais tensas do livro se encontre aqui, devido sua ênfase na simplicidade como estilo de vida. Fomos condicionados a acreditar no triunfalismo em aspectos altamente humanos e individualistas, de forma que só é vitorioso quem tem, e quem ostenta o ter. Acreditamos que é impossível que uma pessoa que tem amor as riquezas deste mundo possa entrar no Reino, e também entendemos que o Reino é ofertado aos pobres. A pobreza é abençoada na medida que aproxima o homem de seu criador, e a riqueza é amaldiçoada na medida em que distância o homem de seu criador, logo o problema não se encontra na pobreza e na riqueza, mas sim no estado do homem em relação a Deus. A pobreza é abençoada, mas mesmo assim tem de ser removida, tal como a riqueza. O desafio de uma vida simples se lança sobre esses dois lados da moeda. A simplicidade como estilo de vida se lança sobre: nosso cuidado com a criação; nosso repúdio a injustiça contra os mais pobres; nossa necessidade de sermos uma comunidade de amor; um comprometimento pessoal; um engajamento internacional; um engajamento politico; um comprometimento com a evangelização mundial; o retorno ao Pai sempre que por algum motivo viermos a nos afastar Dele.

O (6)Equilíbrio é responsável por nos dá a estabilidade que precisamos para nossa caminhada de maturidade, comunhão, adoração, testemunho, santidade e cidadania. O equilíbrio se constitui justamente disso, da boa harmonia do conhecimento com a prática. Lembrarmo-nos sempre de quem nós somos no Pai.

E só adquirimos esse equilíbrio quando lutamos para viver uma vida de (7)Dependência de Deus. E não só a dependência de Deus, mas dos outros também. Vivemos para Deus, quando vivemos para o próximo. E mostrar nossas vulnerabilidades não é um ato de fraqueza. Desde quando nascemos, assim foi debaixo da dependência de outras pessoas, e isso volta a se repetir como um ciclo em nossas vidas. O Pai quer que sejamos dependentes Dele, e uma das formas mais praticas de mostrar o quanto somos dependentes Dele, e mostrar também o quanto dependemos de outras pessoas em nossa caminhada. Juntos a vida não é pesada!

O ultimo ponto a ser tratado pelo livro, diz respeito a (8)Morte. Vida por meio da morte é um dos mais profundos paradoxos da fé e da vida cristã.
A salvação nos é entregue pela morte de Cristo; o discipulado é o processo de mortificação do 'eu'; a missão é a entrega a morte para que outros vivam; na perseguição morremos para viver. A morte é o convite a entrega total, devemos morrer com Ele, tendo a certeza que ressuscitamos juntamente com Ele.

Enfim, isso nada mais é do que um pequeno - e insuficiente -  resumo de um livro fantástico, do qual é mais do que recomendado para todo Discípulo de Cristo. Infelizmente não tenho uma leitura tão empolgante quanto a do próprio Stott, mas espero poder ao menos ter suscitado o desejo pela leitura deste livro maravilhoso. 

Que o Pai possa me conceder a Graça de continuar sendo um discípulo radical!

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Ismael Batista

*Os links de download são encontrados pela internet, e não hospedados por mim.

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