terça-feira, 10 de novembro de 2020

Leituras 2020

Leitura N° 34/2020

O último livro do ano, e o mais importante. Tenho dedicado minha vida ao Deus que se revela através dessas escrituras. Tenho dedicado minha vida a ler, meditar, estudar e aplicar os princípios deste livro em minha vida. E confesso, sem nenhuma falsa modestia, o quanto ainda me sinto uma criança. O quanto necessito aprender mais e me deleitar mais. Terminar está leitura sistemática, me permitiu ser lido por ela.

Das mais de duas mil marcações que fiz ao longo deste tempo, dentre dúvidas e deleites, confrontos e confortos. Rendo meu coração em Adoração ao Deus que nos Amou e escolheu para si apesar de nós.

Que meu coração não se aparte das Palavras deste livro. Que meu zelo pela Palavra, me leve a prática dela, mas nunca ao obscurantismo. Que as mais de 3 mil idiomas que ainda não tem as escrituras traduzidas, saibam que Deus fala sua língua. Deus fala nossa Língua. Que eu seja a Bíblia que meu próximo possa ler.

Glórias ao Deus que se Revela!

Leitura N° 33/2020

[ O anseio furioso de Deus - Brennan Manning (2010) 112 pg. ]

Depois de alguns anos, retorno mais uma vez ao deleite de ler Manning, e que bem me fez isso.

Manning não fala só da graça de Deus, é possível ver palpavelmente ela em seus caminhos e descaminhos.

Eis o Anseio Furioso de Deus, seu Amor, sua Graça, seus Mistérios continuamente a nos envolver. O que sou, que fui e o que serei diante dos olhos de um Deus que me ama, e que diariamente caminha conosco, apesar de nós mesmos.

No confronto de nossas hipocrisias, falsas modéstias, somos desnudados diante da Graça que não nos cobra nada, mas nos toma tudo.

Louvado seja o Deus que nos amou, mesmo quando éramos seus inimigos.

Leitura N° 32/2020

[ Aconselhando uns aos outros: 8 maneiras de cultivar relacionamentos saudáveis dentro da Igreja - Edward T. Welch (2019) 80 pg. ]

A dinâmica da vida congregacional nem sempre é um mel, como se espera. Alias, muitos são os que pelo fel dos relacionamentos abandonaram a comunhão. Para além das muitas razões, esse livro traz um grande alivio de nossas cargas comunais. Pois fala sobre nós, contudo, em primeira pessoa. Como eu posso ser uma melhor pessoa para o bem de todos ao meu redor, como posso ser resposta do cuidado e amor de Deus, como lidar com os problemas, tensões e cisões. Não é bem um manual ditando regras, mas sim uma series de princípios que quando bem observados nos levam a essa construção e manutenção de relacionamentos saudáveis.

Leitura mais que recomendada.

Leitura N° 31/2020

[ Doutrina do Pecado no Islamismo: um breve resumo de como acontece o pecado no islamismo - Boni Bonifácio (2020) 20 pg. ]

Ler é uma experiência maravilhosa, ler obras escritas por amigos é excepcional. Esse pequeno texto, fala de maneira fluida, simples e muito bem esclarecido. Contudo, é apenas um tira gosto, para o lançamento do livro que Boni já tem se dedicado a bastante tempo. 

Se fala muito sobre Islã, na mesma medida que se desconhece as inúmeras vertentes, posicionamentos, costumes e culturas atrelados a ele. Boni nos presenteia com um texto límpido, trazendo luz sobre o tema.

Estou na ansiosa expectativa de poder ler o livro dele.

Leitura N° 30/2020

[ O Sacerdócio Real de quase todos os Crentes - Rodrigo Bibo de Aquino  (2018) 27 pg. ]

Se você ainda não ouviu falar de Rodrigo Bibo, você está perdendo a oportunidade de crescer e amadurecer em sua fé.

No livro em questão, Bibo desenrola um tema um pouco controverso em nosso meio. Nossa vocação em Cristo, nosso serviço, nossa dedicação em Amor. O que significa esse sacerdócio universal? Que responsabilidade e comprometimento ele acarreta e de que forma nos encaixamos nessa convocação divina. É um livro bem curto, contudo, suficiente em conteúdo e reflexão para quem quiser entender um pouco mais do assunto de maneira pratica e acessível.

O livro, e o Bibo, são mais do que recomendados, consumam sem moderação.

Leitura N° 29/2020

[ Na Jornada com Cristo - Maurício Zagari (2016) 144 pg. ]

Mais um encontro literário com Maurício. Se ler suas postagens e respostas nós comentários já é um prazer, ler suas obras tem sido uma experiência maravilhosa.

O livro aborda o tema de nossas vidas. Nosso encontro e caminhar diário com Cristo. De maneira simples - como deve ser - Maurício aborda essas etapas do caminhar, falando das verdades do evangelho sobre o encontro com Cristo, o perdão de Deus, a confiança no Salvador entre outros assuntos. Revisitar essas Verdades, acalentam a alma.

Muito obrigado por fazer a caminhada mais leve.

Livro recomendado.

Leitura N° 28/2020

[ O Significado do Namoro - Jean Francesco (2018) 144 pg ]

A cada dia que passa, os relacionamentos se tornam cada vez mais vazios de sentidos. Eles se tornaram um fim em si mesmos, cujo o único objetivo é a satisfação do ego em detrimento de qualquer coisa que esteja no caminho, inclusive o par romântico. Já falei algumas vezes de Bauman, mas não custa relembrar. Ele chama isso de "Amor Líquido", sem forma, sem solidez. No lugar da "relação" entrou a "conexão", fazendo com que essa ligação seja mais fácil de ser dissolvido quando a paixão passar.

O livro em questão trata sobre essas questões também e nós brinda com um pensar a partir das escrituras sobre o assunto. E logo de cara, faz um resumo brilhante da história da progressão dos relacionamentos até chegar ao namoro moderno. O livro surpreende por sua linguagem acessível aos jovens, e também por ser visto a partir de nossa realidade do Brasil. Diferente do "Eu disse adeus ao Namoro" de Joshua Harris (Leitura N° 8/2018), o autor se concentra mais na perspectiva bíblica e aplicação em nossa realidade. Contendo ótimos conselhos para solteiros, namorados, noivos e até casados.

Não se deixem enganar, em uma sociedade que valoriza a adolescência tardia, só Homens Casam.

Leitura recomendada!

Leitura N° 27/2020

[ Chamado Radical: Não existem níveis seguros de consumo dessa substância - Bráulia Ribeiro (2007) 177 pg. ]

Já faz um tempo que venho sendo abençoado e instigado pelos escritos da Bráulia desde a época de sua página na Ultimato. Mas sempre tive um grande desejo de ler esse livro, e finalmente - graças ao The Pilgrem - eu consegui.

O coração arde em chamas com obras como essa. Me lembrei da primeira vez que li "Por essa Cruz te Matarei". Contudo, Bráulia carrega uma brasilidade em sua fala, e uma audácia santa, que nos sacode em nosso comodismo. Que bom foi ver sua história se desenrolar na minha amada Belém, e ver como as coisas se cruzam. Conheci a Thelma a alguns anos atrás, e só lendo esse livro me dei conta que perdi a oportunidade de ouvir pessoalmente algumas dessas histórias.

Seu livro me fez reviver e repensar inúmeros momentos de minha curta caminhada. Aqueceu meu coração na convicção radical de minha vocação.

Que Deus mantenha meu coração firme e constante, e que o Amor que tenho por Ele seja manifesto pelo Amor que dedico a todos que cruzam meu caminho. Amém

Leitura N° 26/2020

[ Ego transformado - Timothy Keller (2019)  48 pg. ]

Tim Keller já tem um espaço garantido em minha saga literária. Sua exposição bíblica acompanhada de uma visão aguçada das demandas da vida cotidiana, sempre me presenteiam.

Ao falar sobre nosso bendito Ego, ele põe o dedo em minhas feridas, e sou convidado uma vez mais a rendição. Ao olhar para nossa cultura de autoestima, ele consegue elucidar seus dos extremos, tanto da Alta como da Baixa, e nos confrontar com as verdades bíblicas.

O evangelho não combina com orgulho e somente um ego transformado consegue ver a beleza do evangelho.

Um livreto muito edificante. Recomendo

Leitura N° 25/2020

[ Calvinismo: as antigas doutrinas da graça - Paulo Anglaba (2015) 188 pg. ]

Minha relação de amor e ódio com o calvinismo já é antiga. Começou com as rodas de conversas na casa do Felipe, na época eu mal tinha idéia do que era tudo isso. Mas foi a partir dessa experiência, que meu interesse foi crescendo e oscilando com o tempo. Relutei, aceitei, e mais uma vez voltei a relutar. Costumo brincar, dizendo que sou um calvinista muito armeniano.

O Calvinismo, sem sombra de dúvida fornece uma sistematização doutrinária muito bem amarrada, o que gera mais solidez aos que crêem por esse ângulo. O livro em questão, explica de maneira sintética os 5 pontos do Calvinismo, tanto como sua origem, que segundo ele é muito anterior a Calvino. Calvinismo, é o nome que  eles dão para as doutrinas da Graça - segundo o autor. E aqui está, o único ponto que me incomodou bastante na obra, comparar/afirmar o Calvinismo como o próprio Evangelho. Além de ser um exclusivismo(excludente) é um reducionismo ao Evangelho. Sou extremamente abençoado por escritos e escritores calvinistas, ainda que discorde da posição supralarariana* de alguns deles.

A nota final do livro, trás um alívio diante de algumas posições que foram tomadas no decorrer do livro, quando fala a respeito de pessoas como Wesley e outros dissidentes, e com humildade reconhece que Deus está agindo no mundo, para além do Calvinismo metodológico. Enfim, uma ótima leitura para quem se interessa em saber mais sobre as fundamentações calvinista.

Livro recomendado.

*Alguns que acreditam que a "queda" foi determinada antes da criação. Diferem dos infralapsarianos que crêem que a "eleição" foi determinada antes da criação, contudo em função da criação.

Leitura N° 24/2020

[ Cristianismo Puro e Simples - C.S Lewis (1952) 288 pg. ]

Que livro, que livro. De tempos em tempos retorno a está obra. E desta vez foi ainda mais especial, pois a Kerllen leu juntamente comigo. Fazemos leituras sistemáticas dos livros da Bíblia, e dessa vez escolhemos alguns livros para fazer leituras conjuntas. Lewis, foi o primeiro que concluímos.

O retorno a antigas leituras sempre é uma experiência rica. Comparar minhas primeiras percepções, com as atuais. E como sempre, se encantar. Talvez a expressão que mais usamos enquanto liamos foi: "Uauuuuu".

A linguagem e raciocínio de Lewis nessa obra são fascinantes, justamente pela simplicidade que nos faz perceber as verdades que tantas vezes estão bem na nossa cara, mas que por razões diversas acabam por ser sufocadas pelo excesso de barulho ao nosso redor -  e nosso próprio barulho.

Todo seguidor de Cristo deveria ler esse livro antes de morrer.

Se é C.S Lewis, vale a pena ser lido. 


Leitura N° 23/2020

[ Sobre a Tirania: 20 lições sobre o Sec. XX para o presente - Timothy Snyder (2017) 168 pg. ]

Que livro, que aula. Snyder demonstra não só muito conhecimento de causa, como também muita sensibilidade e humanidade em suas colocações. Ele não poupa nenhum dos grandes governos tirânicos do Sec XX. Suas colocações são como mãos em nossa consciência histórica, para que não venhamos a repetir os mesmos erros, ou estarmos bem alertas quando os sinais da historia demonstrarem o retrocesso.

A historia pode até ter um desenrolar diferente, mas já temos muito material para ler, estudar e revisar, para ao menos tentarmos sermos pessoas melhores.

Quem curte o Trump, não vai gostar desse livro, devido ao exemplos que ele usa do presidente. Contudo, vale a pena cada tópico que ele pontua. Leitura mais que recomendada.

Leitura N° 22 /2020

[ Sociedade do Cansaço - Byung-Chul Han (2010) 136 pg. ]

O homem que se basta, não se atura. A busca pela autonomia humana tem se mostrado cada vez mais frustrante. No apogeu das sociedades bem desenvolvidas, multiplicasse a depressão e o suicídio.

Chul Han faz breves ensaios e analises que deixam escancaradas as misérias de nosso século. A "sociedade do cansaço" segundo ele, é marcada híper positividade que nos lança na "cultura do desempenho" e por fim nos faz escravos de nós mesmos, nos tornando vitimas e algozes de nossa própria existência. Os "workholic" (viciados em trabalho, como quem é em álcool) estão sempre há um passo do "burnout" (um dstúrbio psíquico de caráter depressivo, precedido de esgotamento físico e mental intenso). São exemplos claros da sociedade do cansaço. Os exemplos de sucesso, sucumbem cada vez mais rápido aos "burnouts" e AVCs. A linguagem bíblica diria "ganhar o mundo e perder a alma". Mas não se engane, isso não diz respeito a super empresários simplesmente. Já estamos impregnados dessa cultura e nem percebemos.

O livro nos instiga. Nos desafia a olharmos para nós mesmos. Para nossos padrões. Do contrario, seremos tal como a "Metamorfose" de Kafk, nossa utilidade chegara ao fim com nosso transformação mórbida, e nossa morte vai gerar alivio ao mesmo tempo que o ciclo se segue para os outros.

Muito obrigado Thalita pela recomendação. Livro mais que recomendado.

Leitura N° 21/2020

[ Inteligência Humilhada -  Jonas Madureira (2017) 336 pg. ]

Outro livro para ser relido, reassimilado. Seu conteúdo é denso, porém, prazeroso. Jonas Madureira nos presenteia com uma obra fruto de um coração compenetrado pelas escrituras. Neste livro, viajamos por inúmeras questões envolvendo a fé, filosofia, teologia, apologética e vivencia pratica das verdades das escrituras. A 'inteligência humilhada' segundo o próprio autor, é uma "consciência ferida pela Palavra, é o coração ferido, porém grato, pela dádiva da revelação, é o intelecto estendido a ponto de encontrar Deus quando sobe aos céus e quando faz a cama no mais profundo abismo”.

A obra em questão, segue o modelo de equilíbrio, nem sendo por demais racionalista, e nem por demais espiritualista. Propõe e contrapõe de maneira bem balanceada. O livro me edificou de muitas formas, percebo que ainda tenho um longo caminho pela frente de dedicação, humildade e paixão pelas escrituras.

Um livro a ser devorado humildemente por todos aqueles que querem submeter sua inteligência ao senhorio de Cristo.



Leitura N° 20/2020

[ Perdão total: um livro para quem não perdoa e para quem não consegue perdoar - Maurício Zágari (2014) 192 pg. ]

Primeiro encontro literário com o autor, que já há muito tempo admiro pela humildade, clareza e amor pelo Evangelho. Mauricio escreve de maneira palpável, é possível tatear seu amor, cuidado e zelo através das linhas. Foi uma leitura esclarecedora, confrontante, mas também carregada de alivio.

Falar sobre Perdão, é algo que ainda nos custa muito, por diversos fatores. Muitas vezes percebo em mim mesmo a necessidade de negociar os conceitos bíblicos de perdão, confissão e arrependimento. Contudo, sou atraído pelas escrituras e arrastado pela vida de Cristo.

As preciosas lições contidas neste livro, causaram muitos sentimentos em mim. Mauricio tem uma abordagem pastoral, humana e bíblica. Através das analises bíblicas, e do discernimento de nosso tempo, suas falas vão direto ao ponto que carecemos refletir.


Sem dúvida, uma ótima leitura. E que mais encontros literários aconteçam.

Leitura N° 19/2020

[ Cristianismo Descomplicado: questões difíceis da vida cristão de um jeito fácil de entender - Augusto Nicodemos (2017) 224 pg. ]

Rev. Augustus Nicodemus já é conhecido no Brasil por seu compromisso com as escrituras e luta por uma igreja saudável e esclarecida. O livro em questão, é uma de suas contribuições em relação a tantas dúvidas, algumas corriqueiras, outras nem tanto, sobre o viver diário da cristandade. Com seu conhecimento bíblico e eclesiástico, ele responde de maneira rápida e bem embasada. A maior parte das vezes em tom pastoral, de cuidado e orientação.

Não posso dizer que concordo com todos os seus posicionamentos expressos no livro. Mas sem duvida é um bom livro para quem quiser entender um pouco mais sobre a Fé e a Vida.



Leitura N° 18/2020

[ O Deus Pródigo: recuperando a essência da fé cristã - Timothy Keller (2008) 112 pg. ]

A primeira vez que tive contato com o conteúdo do livro, foi através das pregações de Tim Keller no encontro Sepal. Já faz alguns anos que essa mensagem por ele ministrada, continua presente em meu coração. Poder ler essa mesma mensagem em formato de livro, foi magnifico. 

Os dois modelos de espiritualidade, representados pelo filho mais novo e o mais velho, e o Amor e Constância do Pai, trazem uma serie de sentimentos em relação a nós e o que entendemos do Evangelho.

Esse é um daqueles livros que deveriam ser dados de graça em nossas igrejas.

Leitura N° 17/2020

[ Discipulado - Dietrich Bonhoeffer (1937) 256 pg. ]

Meu primeiro contato com Bonhoeffer, foi através da biografia escrita por Eric Metaxas "Bonhoeffer - Pastor, Mártir, Profeta, Espião". A história do pastor que se opôs a igreja de sua época em razão do apoio ao regime nazista, se infiltrou no regime nazista afim de derrubar através do assassinato do próprio Hitler, foi descoberto, e no cárcere produziu inúmeros conteúdos a respeito da fé, sendo por fim sendo fuzilado a mando do próprio Führer, é digno de um filme. Se bem que o filme "Operação Valquíria" mostra um desses planos.

Mas não se engane, a obra que temos exala ortodoxia e paixão pela palavra. Como bem destacou Metaxas, Bonhoeffer também foi profeta. Em suas palavras e discernimento sobre a maneira como a graça vem sendo barateada, por uma pregação que tenta justificar o pecado, e não o pecador. Geramos crentes carentes de alimento sólido das escrituras. Que quando não cambeiam para o relativo das escrituras, cambeiam para uma vida legalista. Para ambos, faltam as Escrituras.

Bonhoeffer dá um show de interpretação e visão eclesiástica. Por vezes duro, mais sempre fiel a sua própria consciência. Nós convida a radicalidade do extraordinário, ao mesmo tempo que nutre a mesma humildade que houve em Cristo. Nós faltam Bonhoeffer's entre nós.


Um clássico moderno, que merece nossa atenção.



Leitura N° 16/2020

[ A oração muda as coisas? - R. C. Sproul (2018), 112 pg. ]

R. C. Sproul é uma referencia na teologia, e não é por menos. Sua clareza e profundez são apaixonantes. Falar sobre oração, por vezes pode parece ser algo sem muita coisa a se falar, mas há tanto, e de tantas formas, que realmente se faz claro que "não sabemos orar". Sproul dá um show de conhecimento bíblico e discernimento, ao responder a pergunta "a oração muda as coisas?"

Afinal de contas, se Deus sabe de todas as coisas, por que devemos falar?

É possível mudar uma decisão divina?

Como devemos orar?

O que não devemos orar?

Essas e outras questões são respondidas por Sproul, e a única parte ruim desse livro, é que ele termina.

Leitura N° 15/2020

[ dEUSES FALSOS: As promessas vazias do dinheiro, sexo e poder, e a única esperança que realmente importa - Timothy Keller (2009) 192 pg. ]

A idolatria nos rodeia desde tempos imemoriais. Seus objetos de adoração mudam, mas sua essência continua a mesma. Não percebemos essas raízes por vezes tão entranhadas em nós. 

Um ídolo para ser ídolo, não precisa de um pano de fundo religioso, basta apenas ocupar um lugar que não é seu. Sendo assim, facilmente podemos criar ídolos para nós mesmos.

Tim Keller, que dispensa apresentações, trata de maneira cirúrgica e pastoral os falsos deuses de nossa época. De maneira bíblica nós confronta a olharmos para nós mesmos e para as escrituras, afim de reconhecermos nossos ídolos e destruir seus altares em nossos corações.

Uma leitura prazerosa do começo ao fim.

Leitura N° 14/2020

[ Liturgia do Ordinário: praticas sagradas na vida cotidiana - Tisha H. Warren (2019), 231 ]

Meu pecado, foi ter lido esse livro mais vorazmente do que ele merecia. Mas suas reflexões 'ordinárias', me cativaram tanto que me senti compungido a não parar a leitura.

Nessa cultura de sufoco, e de camadas, onde divisionamos a vida entre espiritualidade, trabalho, sentimentos e afins. Não nos permiti ver claramente a dádiva de viver para Deus em tudo que fazemos e vivemos. Pois Nele vivemos, nós movemos e existimos (At 17:28)

A autora nos leva a essa compreensão de uma espiritualidade que habita perenemete em todas as áreas da vida. Vinda de uma tradição Anglicana, Warren consegue fazer os paralelos da liturgia cultica com a liturgia diária de maneira encantadora. No geral, eu valorizava muito a espontaneidade da celebração, e entendo que minha falta de entendimento da liturgia, fazia dela algo vazio para mim. Minha apreciação pela arquitetura católica, e agora esse livro, me trouxeram uma nova compreensão da expressão litúrgica e simbólica.

O escrito inspira vida em meio a rotina diária. Com uma leitura devocional e um convite a resignificar a espiritualidade do ordinário.

Muito obrigado Irmãos.Com, sempre indicando ótimos livros no Literário. O podcast está sensacional! ❤️

Muito obrigado The Pilgrem, pelo ótimo conteúdo disponibilizado. Desejo todo sucesso a vocês.


Enfim, leitura mais do que recomendada.



Leitura N° 13/2020

[ O Clube Secreto da Dor: História de mulheres que foram vítimas de estrupo na infância ]

Angustiante, doloroso e necessário. Existem lágrimas engatas na garganta de muitas pessoas. A violência sexual deforma. Sentir a dor que emana desses relatos deve nos tornar mais sensíveis a vida que nós cerca que que se esvai.

Os relatos são tapas em nossa face, pois mostram a diversidade de pessoas, casos, respostas e apoio que pode ou não se ter. A violência na infância, deve causar em nós mais do que revolta. Deve gerar engajamento. É interessante que as histórias contadas, partem do adulto para a criança. Pensamos que crescer sara. Que nossas formações, conquistas e vitórias podem apagar o passado, mas ele continua lá, tentando tragar a vida e a conquista. Os traumas, complexos, medos e ansiedades como reflexo de infâncias roubadas.

Me solidarizo da dor e da luta. E anseio por ser resposta de Deus em Cristo aos que sofreram e ainda sofrem dos abusos passados. O livro merece ser lido, com o coração aberto e que chora. Assim como a alma ardente e que luta.



Leitura N° 12/2020

[ Como e Quando falar de sexualidade com as crianças : Estratégias para uma educação satisfatória - Brena Riker (2020), 95 pg. ]

Tenho todas as suspeitas para falar, Brena faz parte de minha formação no Caminho. Conhecer o David e a Brena, e fazer parte do Ministério SER, fazem parte daquelas experiências que ficam gravadas em nós. Ter o prazer de chama-los de amigos, é algo que carrego comigo.

Mas deixando a rasgação de seda de lado. O livro é fruto de lagrimas, dedicação, pesquisa e vivencia. Escrito com o coração e o intelecto, sua proposta é aguçar nossos sentidos, tentar entender nossa própria historia, afim de que possamos interpretar a realidade de nossas crianças a seu tempo e modo, de forma saudável e prazerosa. O livro veio como bônus do curso que ela já vem ministrando, e que sem dúvida forma uma união excelente.

Todo pai e mãe, que tem o mínimo de discernimento sobre os tempos tenebrosos que temos vivido, deveria adquirir esse livro e fazer o curso. Tenho certeza que não vão se arrepender.

Livro mais que recomendado.

Leitura N° 11/2020

[ Sem Perder a Alma - Ricardo Gondin (2008), 198 pg. ]

Mais um encontro literário com Gondin, e que encontro. Gondin desafia minha ortodoxia, e trás humanidade a minha teologia. O Deus Onipotente em que creio, ainda Onipotente, participa de maneira viva e encarnacional do cotidiano e suas intermitências. Sem perder sua Soberania e domínio do mundo se permiti viver com relés mortais como nós, sofrer nossas dores no Cristo e celebra-las, também no Cristo.


O livro em questão, apresenta ensaios, crônicas de vida e caminhada do autor. Não se propõe como tratado bíblico-teológico. Está mais para elucubrações poéticas de quem se permiti viver e questionar a vida e a teologia, sem perder a sensibilidade do Divino.

Sem perder a alma, um desabafo de quem viveu nos bastidores da fé e escolheu seguir um caminho de sinceridade de consciência, ainda que isso signifique exclusão e ostracismo. Gondin desafia minha ortodoxia, contudo, sem dúvida me empurra para a ortopraxia, pois mesmo discordando sou levado ao comprometimento mais concreto com o Cristo e a Fé que professo.


Leitura sem dúvida nenhuma recomendada.



Leitura N° 10/2020

[ Qual a Missão da Igreja? Entendendo a Justiça Social e a Grande Comissão - Kevin DeYoung & Greg Gilbert (2012) 360 pg. ]

O livro é um estudo profundo, honesto e muito bem embasado. Fui motivado na leitura dele, em razão de uma conversa com meu amigo David. Marcamos de 'debater' sobre o assunto. Mas foi uma conversa muito amistosa e enriquecedora sobre o tema. Como li ele como estudo, fiz muitas marcações e notas de rodapé. Confesso que não fui convencido em muitos argumentos do livro, e em muitos aspectos achei ele tendencioso em sua visão das escrituras, por vezes letrista. Mas entendi o cerne central, concordo com ele, e vejo problema em alguns desdobramentos que são apresentados.

O livro trás luz sobre o tema, mas ainda assim está um pouco longe de esgota-lo. Se faz necessária a leitura, pois é rico em referencias e perspectivas. Fortaleceu muitas crenças que nutro, me proporcionou uma visão mais ampla, mostrou outros caminhos. Ainda discordo da maneira como alguns argumentos foram construídos, contudo, é um livro que nos faz pensar a partir das escrituras, e isso sem dúvida é proveitoso.



Leitura N° 09/2020

[ Lendo os Salmos - C.S Lewis (1958) 160 pg. ]

C.S Lewis ainda é de longe o autor me mais me encanta. Sempre tenho de fazer esse lembrete, pois a cada livro lido sinto essa necessidade. "Lendo os Salmos" é um livro de um leigo ensinando outro leigo, como bem disse o autor. E é justamente neste ponto que podemos ver o brilhantismo de uma mente entregue a preciosa Graça. Quando ele disse isso foi para denotar sua imperícia diante do tema. O que temos, são as reflexões de um ser pensante, que tendo entendido o Evangelho, lê as escrituras a partir dele, e dela tira suas lições para vida. 

Sua perspectiva a respeito dos Salmos imprecatórios, aqueles em que o autor amaldiçoa e deseja a morte dos seus inimigos, apesar de chocante, é também muito esclarecedora. Sua percepção sobre a Natureza, a bondade de Deus e o Louvor, esfregam em nossa cara as obviedades que tendem a se esconder diante de nossos olhos.


Enfim, um livro sensacional, que deve ser lido como o próprio autor propõe. Estou até pensando em fazer um vídeo, explicando a parte do The Boys, que o Homelander usa um Salmo imprecatório como fundamentação para seu ataque aos inimigos. Mas vamos ver se um dia saí.


No mais, se é C.S Lewis, vale a pena ser lido.



Leitura N° 08/2020

[ 95 Mentiras do Mundo Gospel - Marcos Botelho e Victor Fontana (2016) 55 pg. ]

Com uma linguagem simples e bem humorada, Marcos Botelho e Victor Fontana, nos introduzem as 95 mentiras do Mundo Gospel. Essas meias verdades, que por diversas motivações se mantém em nosso meio, seja por boas intenções, seja por más, vem a tona de maneira descontraída. Através de pitadas de ironia e sarcasmo, e uma boa dose de Graça, os autores vão dando novas perspectivas sobre os assuntos.

Não é um manual, ou um estudo aprofundado, muitos dos temas abordados pode parecer até muito óbvio, contudo, o fato de estar nesse livro, gera aquele temor sobre como tem sido a vivencia da fé nos rincões deste país.

O livro foi fruto de esforço colaborativo de centenas de internautas, que compartilharam inúmeras vivencias, das quais foram selecionadas as 95, relembrando o numero de teses de Lutero na Reforma.


É um livro curto e agradável.   



Leitura N° 07/2020

[ A vida humana como reinvenção em Søre  Kierkegaard - Anderson Lima (2013) 112 pg ]

O existencialismo me chamou a atenção em Nietzsche, que por sua vez ganhou minha atenção através do Luiz Felipe Pondé. E por fim cheguei a Kierkegaard, que diferente do existencialismo niilista de Nietzsche, no lugar de nós lançar no vazio de uma existência sem sentido, aleatória e absurda, cria a plataforma para nos lançarmos a plena realização da autenticidade do ser, que está no encontra da identidade com o Eterno.
Ao dissecar a angústia e o desespero como condições inexoraveis aos seres humanos, ele aponta um caminho, não sem dor, de encarar a existência, tendo por sentido real o encontro com o Eterno.
Em Kierkegaard encontramos a referência do encontrar a verdade para si - o que soa como um relativismo de que cada um tem de fazer uma verdade para si, e seguir. A subjetividade está em primeiro plano, em detrimento do racionalismo objetivo. Contudo, para nós que cremos na Verdade absoluta do Evangelho, cabe a reflexão, que por mais que creiamos na Verdade do Evangelho, é preciso entender essa verdade não é conceito, não pode ser esquadrinhada, objetivada. A Verdade em que Cremos, é uma Pessoa, que está muito aquém do que podemos dissecar.
Anderson aborda a perspectiva Kierkegaardiana, da reinvenção da vida, da resignificação como caminho único para lidar com os absurdos da existência. Sabendo que a plenitude é resultado do encontro com Deus.
O panorama da vida e obra de Kierkegaard feita por Anderson é muito bem resumida e esclarecedora. Sua abordagem do pensamento a respeito da angustia e desespero, e a reinvenção da vida, são bem embasadas e prazerosa de se ler.

É um livro que vale a pena ser lido.


Leitura N° 06/2020

[ O Ódio como Política: A reinvenção das direitas no Brasil - Org. Esther Solano Gallego (2018), 180 pg. ]

O livro vai muito longe do que seja a imparcialidade, com uma leitura totalmente enviesada da realidade. Por mais que houvesse um esforço para tentar analisar, interpretar e julgar, é óbvio que os pressupostos já estão bem definidos, o que faz com que as conclusões sejam sempre mais do mesmo. Contudo, o livro não é de se descartar, mesmo em meio aos erros, existem muitos acertos também. Em sua introdução, ele já deixa claro um posicionamento que deve ser independente de ideologia: devemos primeiro observar, escutar, enxergar a realidade e entendê-la, para depois combatê-la. Lembrando que a imparcialidade é algo que se busca, e não que se têm.

Existe algo de muito errado, quando a direita cristã, em nome de Jesus, defende pautas que Jesus nunca faria. E assume discursos que nunca estariam na boca Dele. Quando aqueles que não crêem no Cristo, se portam com mais zelo pelas palavras Dele, do que aqueles que dizem servi-lo.
Logicamente, qualquer um pode remover das palavras de Jesus só que lhe agrada. Contudo, a nós que levamos o Cristo, isso não é opção, uma vez que Ele não é uma base retórica, mas sim a totalidade do que cremos.
Os autores do livro, entendem que a Direita, Conservadora, Neo Liberal, não é um grupo homogêneo, existem muitas matizes, e por isso mesmo, qualquer julgamento assertivo sobre a Direita é um equívoco desde o início. De certo, são novos tempos, de discursos extremistas encarados com ares de normalidade. E isso sem dúvida cai na conta do policiamento constante da esquerda. Quando se problematiza tudo, o efeito é inverso do esperado. Essa conta também está chegando para a direita, e assim seguimos o ciclo salomônico onde nada há de novo debaixo do sol.
Sim, é um livro de esquerda. Mas não caia na  falácia dos que dizem que entenderam, sem nunca ter de fato ter lido ou estudado nada a respeito. Sempre há o que aprender, até de quem discordamos.
No mais, é livro difícil de engolir e concordar em muitas partes, mas vale muito a reflexão.


Leitura N° 05/2020

[ A Máfia dos Mendigos: como a caridade aumenta a miséria - Yago Martins (2019) 252 pg. ]

Quase desde o começo do "Dois Dedos de Teologia" que venho acompanhado o trabalho do Yago Martins e entre concordâncias e discordâncias, vejo muita lucidez, equilíbrio e paixão pelo Evangelho. Apesar de já acompanhar ele a bastante tempo, esse é o primeiro livro de sua autoria que leio.  
O livro em questão tem um título indigesto, e  confesso que por mais que toda a argumentação seja boa de maneira geral, nesse ponto ele errou feio. O que ele denomina como "máfia" só faz sentido se for totalmente desatrelado do que seja de fato uma Máfia. Por já acompanhar muitos de seus posicionamentos, algumas questões foram meio difíceis de engolir em alguns aspectos. Como em uma jogo viciado, quando me proponho a fazer uma pesquisa, cuja as respostas eu sei sem sequer ter ouvido a pergunta, a realidade se molda ao meu crivo interpretativo.
Mas isso ele já deixa claro desde o começo do livro, quando afirma que não faz uma leitura neutra da realidade e finca uma estaca de conservador, direita, reformado e liberal em sua leitura do problema. Não precisa ser neutro para ser coerente, contudo sabemos que o fervor de nossas paixões influenciam nossos julgamentos.
Para além disso, vale muito a leitura dele. Não dá para concordar com tudo, mas no geral a experiência é muito produtiva e enriquecedora. Yago, em toda sua paixão pelo Evangelho, evidência uma proposta certeira e verdadeira. Que nosso engajamento na transformação de vidas seja pessoal, comprometido e sacrificial.
O livro é recomendado para todos, e especialmente para aqueles que exercem ministérios de misericórdia.


Leitura N° 04/2020

[ Igreja Sinfônica: Um chamado radical pela unidade dos cristãos - Pedro Dulci (2016), 128 pg. ]

Estamos diante de um dilema, a unida cristã evangélica. Digo dilema, pois parece que nossa diversidade luta ferozmente contra nossa unidade. São inúmeras as diferenças, de tal forma que para alguns chega até a ofuscar o que nós une. O livro em questão, é como um bálsamo em meio a esse caos. De conteúdo riquíssimo, nos faz querer comprar vários e destribuir.
De certo, nossa Missão é indissociável de nossa Unidade. Ser UM, é um dos principais requisitos para que o Cristo seja conhecido e reconhecido pelo que é.
Nossos imbróglios tem muitas razões, contudo, precisamos ser radicais em nossa decisão de união.
O livro cumpre de maneira primorosa sua proposta, apresentar uma Visão Sinfônica da Igreja. Seus diversos autores demonstram essa harmonia através da diversidade de contextos e ambientes. Talvez, a presença de um pensador pentecostal brindasse ainda mais a obra.

No mais, é mais um dos livros que precisam ser devorados por nosso tenro evangelicalismo. 


Leitura N° 03/2020

[ Nu de Si: Reflexões sobre espiritualidade cristã e sexualidade - David Riker (2019) 135 pg. ]

David escreve de um jeito que lhe é próprio.
Suas elocubrações poetico-racionais, fazem
com que uma variedade de temas ganhem
novos contornos, que com leveza nós bate o rosto de nossas contradições.
"Nu de Si", são ensaios e reflexões de alguém que diante do Eterno, percebeu que todas as suas tentativas "enfigueiradas" de esconder sua vergonha Daquele que tudo vê, são inúteis. Desnudar sua alma, é primeiro passo para se por em humilde reverência
diante do Eterno, e caminhar debaixo do
manto carmesim.
Com inteligência, poesia e humor, ele passeia por uma variedade de temas, cujo o objetivo e fomentar uma espiritualidade nua diante de si e de Deus.
Muito obrigado meu amigo, que o Pai continue a te prover de experiências compartidas.
Leitura preciosa, confrontante e agradável.

Livro mais que recomendável.



Leitura N° 02/2020

[ Uma Fera em Busca de Sentindo - Débora Fonseca (2010), 72 pg. ] 

Não é meu primeiro contato literário e nem pessoal com a Débora Fonseca. Tive o prazer de participar de palestras e seminários que ela esteve expondo. Tanto pessoal como literal, Débora cativa com sua simplicidade e profundida. Com o amor e delicadeza que trata dos temas por ela proferidos.
O livro em questão é apaixonante do começo ao fim. Não sei dizer se ele é relativamente rápido pelo conteúdo ou pela verocidade da leitura. Em sua obra ficcional, ela expõe em metáforas as nossos dilemas. No baile de máscara que muitas vezes vivemos, a aparente proposta de liberar a Fera que habita em nós para fazer o que bem entende, parece tentadora e libertadora. Mas liberdade sem Sentido, é prisão. No encalço da busca pelo Sentido, inúmeras adversidades tentam ofuscar e ocupar o propósito de nossas vidas. O livro, talvez, seja uma caricatura de nós mesmos.

No encontro com o Sentido, que não é uma idéia, mas sim uma pessoa. Podemos realmente 'sentir' o que é vida e liberdade.


Recomendo. ❤️



Leitura N° 01/2020

[ Jonas o Sucesso do Fracasso: Quando a vontade própria interfere nos planos de Deus - Caio Fábio (1991), 88 pg. ]

Mais um livro do Caio Fábio, cujo a reflexão ultrapassa o tempo, mesmo tendo sido escrito em 1991, é tão atual quanto o jornal de hoje.
Em seu raio-x do profeta Jonas, confesso que foi a primeira vez que tive uma abordagem dele como um profeta ideológico. Um nacionalista fervoroso, que coloca sua paixão ideológica acima da compaixão Divina. E por estar tão inviesado, perde a capacidade de sentir como Deus sente.
Caio faz críticas contundentes contra nossa teimosia em sacramentar o que não é santo, afim de derrubarmos os altares ideológicos que construímos, à esquerda e à direita.
O Sucesso da mensagem de arrependimento de Jonas, foi seu Fracasso pessoal, pois ele preferia que Nínive fosse destruída, do que ver sua paixão contrariada. E no seu Fracasso, estava o Sucesso do Deus que continua a nos amar, repreender e caminhar conosco.
Leitura não só recomendada, mas obrigatória para os dias de hoje.

Autofagia Evangélica

A autofagia segundo o dicionário, é o ato de nutrir-se da própria carne (vulgo, comer a si mesmo). Não é meu interesse entrar em nenhum termo técnico ou biológico do que significa ou como funciona a autofagia.

Quando digo autofagia evangélica, falo dessa constante que temos em nosso meio de vivermos sempre em função de nós mesmos. Que toda forma de consumo que temos, está delimitado dentro das fronteiras do gospel-reformado-santo-eclesiástico e afins. Dessa experiência mais fruto da autoindução, do que da plena escolha. Pensei que isso só se dava nos campos mais jovens da fé, de pessoas que com pouca instrução, se apegavam firmemente a ideia de separação do 'mundo', e por isso evitavam e demonizavam tudo que fosse diferente. Foi o que vive nos passos iniciais de minha fé.

Contudo, percebo que até entre os mais entendidos, dificilmente existe uma busca por entender a Fé, que já não seja pré-moldada. Sempre buscamos saber e estudar a partir da leitura já enviesada. Seja no campo teológico ou ideológico. Estamos em busca não do pensar por si mesmo, mas sim do pensar pelo o que o outro já pensou por mim. E sem perceber, nos tornamos apenas meros repetidores. Com isso, não estou dizendo que ouvir o que um grande teólogo  tem a dizer sobre um assunto que não é de seu domínio e vivencia, não seja importante. Mas com certeza, ouvir só ele pode ser um grande problema.

Não estou dizendo também que alguém que mal leu a bíblia, deve ser incentivado a ler toda obra de Nietzsche. Precisamos ter clareza sobre nossa fé, fundamenta-la, sem medo de questionar. Da mesma forma que devemos saber que existe uma "Graça Comum", da qual o mundo prova e vive, e faz com que pessoas até blasfemas, criem coisas belas e ideias admiráveis, que podemos provar e comprovar sem abrir mão de nossa Fé.

Se permita viver intensamente sua fé, sem viver em bolhas, em guetos religiosos. A pluralidade do mundo só é um problema, quando você não percebe a singularidade de Cristo.
 

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