segunda-feira, 20 de dezembro de 2021

Leituras 2021

 

Leitura N° 01/2020

[ Você é aquilo que Ama: O poder espiritual do hábito - James K. A. Smith (2016) 256 pg. ]

A primeira leitura do ano, e provavelmente a que vai reverberar pelo decorrer do ano inteiro. Fui profundamente confrontado e edificado, até nos poucos pontos de discordância pessoal que tive - o que provavelmente tem mais haver com minha tolice, e verdades que demoram para serem plenamente assimiladas.

As ponderações a respeito das liturgias vêem sofrendo uma transformação considerável em meu modo de percebe-las, e isso me tem feito um bem enorme. Somos seres litúrgicos, mesmo que não saibamos. E esse é um dos pilares da abordagem de Smith. "Somos o que Amamos", tem o mesmo imperativo de "Somos o que adoramos" e a liturgia nada mais é do que nossa devoção aos ídolos que Amamos/Adoramos e nos tornamos como eles. O Amor a Deus é o único possível, pois é o único que não nos petrifica no processo. É o único de transformar nossos corações de pedra em corações de carne.

O autor, filósofo e pastor. Disseca e expõe. Nós aponta os princípios do Reino, e nos convida ao Amor entregue, consciente e apaixonado ao único que deve ser imitado.

Leitura profundamente recomendada. ❤️

Leitura N° 02/2021

[ Ortodoxia - G. K. Chesterton (1908) 208 pg. ]

Já venho degustando esse livro a algum tempo. Um clássico, que merece a nossa atenção, por ser antigo e atual. De certo, sua linguagem e raciocínio são geniais, ao mesmo tempo que por vezes deram uma embaralhada em minha cabeça. Criar raciocínios muito longos, em uma leitura desatenta, faz com que percamos o fio condutor. Mas seus toques humorísticos, sarcástico e perspicaz dão um toque único na obra.
Não pense que o livro é um tratado teológico ou doutrinário. Não é, mas com certeza é uma bela defesa da teologia e da doutrina a partir do escrutínio de um pensador profundamente convencido das verdades do evangelho.

Quem pensa que sabe alguma coisa, mas ainda não leu G. K. Chesterton, ainda não sabe tudo que deveria. Um livro que com certeza retornarei mais vezes.


Leitura N° 03/2021

[ As histórias que Contamos: como filmes e séries ecoam e anseiam pela verdade - Mike Cosper (2019) 236 pg. ]

Pensem em um livro que li, mas desejando profundamente ser o autor dele. As histórias que contamos é um banquete para aqueles que como eu, curtem filmes, séries, animes e afins. Mas em tudo que vêem, não deixam de ver a Cruz e seus desdobramentos na Vida que imita a Arte e na Arte que imita a vida. O autor faz análises lindas, profundas e impactantes, passando por Tarantino e os tão famigerados "Reality Shows". Sem dúvida, seu principal marco, é relevar a Grande História, que está por traz de todas as nossas pequenas histórias.
Seu conhecimento bíblico, discernimento e aplicação independem da intenção dos diretores, roteiristas e afins. Isso porque, nosso inconsciente coletivo nós remete a um Éden perdido. Sendo assim, não fica difícil ver os desdobramentos da Queda e dos anseios dos corações humanos sempre em busca de redenção, geralmente nos lugares errados.

Um livro fantástico de muitas maneiras, apenas leia e descubra. Aliás, parabéns ao "The Pilgrem" mais uma vez por trazer conteúdos exclusivos, e sempre de ótima qualidade.


Leitura N° 04/2021

[ Em Defesa da Vida: como argumentar contra o aborto. -  Scott Klusendorf (2009) 256 pg. ]

Fiquei fascinado pela capacidade argumentativa do autor. Simplicidade, leveza e profundidade. O primeiro capitulo é singular, e já nos dá um apanhado geral de tudo que teremos pela frente. Em um diálogo fictício, ele consegue captar os inúmeros sofismas que estamos consciente e inconscientemente sendo levados a acreditar. Mesmo diante da delicadeza, complexidade e extensão do assunto, ele não foge, e não deixa ninguém fugir da questão principal: "O feto é um ser humano?" uma pergunta por vezes ignorada e boba, mas que desdobra uma infinidade de contradições em nossas argumentações.
Muito mais do que apresentar respostas logicas, o autor traz luz sobre o tema de forma didática e sem medo de pensar pelo outro lado.
Quem pensa que é só um livro sobre uma ótica religiosa sobre o tema, está redondamente enganado. Por mais que a premissa da "Imago Dei" no homem seja fundamental, não se ressume a isso.
Há muito tempo, repudio o abandono parental e o comparo como um aborto em vida, a eugenia social, que deixa a criança nascer até que ela 'mereça' morrer,  entre muitas outras criticas que já fiz sobre o assunto, a ponto de por vezes ser questionado se sou a favor ou contra o aborto. Minhas criticas permanecem as mesmas, mas reitero, o aborto é abominável, por mais que hajam muitos tons de cinza.

Leitura obrigatória para quem se interessa pelo assunto. 


Leitura 05/2021

[ Educação Clássica vs Educação Moderna: A visão de C.S Lewis (2018) 64 pg. ]

A educação nunca é neutra, e isso não é um problema. O problema se dá justamente em que tipo de pessoas ela está gerando em sua parcialidade. O livro a "Abolição do Homem" de C.S Lewis, ganha ares proféticos quando confrontamos com a realidade atual. A Educação Moderna tem gerado homens desprovidos de valores, egoístas, narcisistas e fracos. Em sua abolição do divino, ela aboliu o próprio homem, e o resultado é o nascer de uma geração condenada ao vazio existencial. Ela é paradoxal, uma vez que nega a virtude, mas quer homens virtuosos. Ou como diria Lewis, "ela castra os homens e depois exige que eles sejam fecundos".

E esse pequeno livreto aborda educação clássica e os contrapontos com a moderna, a partir do entendimento apresentado por C.S Lewis. A "abolição do homem" não é propriamente somente sobre educação, mas isso está em seu cerne. E Turley consegue captar e expressar magistral e resumidamente esses insights. Um livro curto e objetivo, que traz luz a um tema de vital importância para os nossos tempos.


Leitura N° 06/2021

[ A Arte e a Bíblia - Francis Schaffer (2009) 80 pg. ]

São séculos de história, e de tempos em tempos precisamos revisitar conceitos que foram esquecidos ou negligenciados pelo tempo ou pelo espírito da época. O espírito da época é justamente o emaranhado complexo de situações políticas, psicológicas e espirituais no qual o mundo está inserido, e que pelo bem ou pelo mal, nós fazem perder de vista assuntos de importância ímpar, contudo, sem a importância pragmática para o momento - ou de forma não aparente. Esse é o caso de nossa difícil relação com a Arte e nosso entendimento bíblico sobre ela. Nós últimos séculos passamos pela admiração, demonização, irrelevância, seletividade (sacro e profano) e a lista segue. Schaeffer nos mostra através da leitura bíblica o quanto nossa relação com a arte é importante. No final das contas, continuamos a sermos ávidos consumidores de arte, mesmo que seja as mais baratas e mesquinhas. A arte pode ser um lugar de beleza e profetismo. E como já diria Hookmaker, "ela não precisa de justificativa". E claro, a arte não é redimidora de si mesma. E como tudo que o homem toca, pode ser usada brilhantemente para o mal. E é importante frisar, que o talento usado para o mal é sempre uma perversão, um desvio de sua natureza que gera a monstrificação.

A análise de Schaeffer contribui para uma boa relação e recepção da Arte em suas variadas formas. Um livro curto, mas de relevância inestimável.
Leitura N° 07

[ Quem controla a Escola, Governa o Mundo - Gary DeMar (2017), 190 pg. ]

O assunto em questão continua sendo objeto de reflexão para mim, e as conclusões estão longe de chegar ao fim.  A educação está sendo um tema recorrente nas minhas leituras esse ano, seja pela importância, ou por um 'ser' chamado Miguel e o mundo que o aguarda - e meu papel nesse processo.
Como já disse no meu breve comentário em minha 5° leitura esse ano -  sobre educação clássica - , não existe educação neutra, e isso não é um problema - ou pelo menos eu achava, ou acho? Não sei. Me ocorreu uma série pensamentos a respeito, que só uma boa conversa com pessoas interessadas pelo assunto traria um certo alívio.

O livro em questão não foi suficiente, ele sucinta o debate, mas não corresponde a altura com sua argumentação, em minha opinião. Em sua critica a neutralidade educacional, ele não percebe que a defende muito mais um viés de imposição do que de opção. É possível defender escolas confessionais, sem necessariamente deduzir que tudo que passa disso é dispensável. Aliás, ele não defende escolas 'confessionais', mais unicamente cristã. 

Uma cultura educacional que não permite o diálogo com o diferente, não só foge da proposta da Educação Clássica, como gera uma educação bitolada e doutrinadora. O livro tem por vezes um tom alarmista e conspiracionista. Contribui com perguntas pertinentes, mas oferece respostas insatisfatórias.


Leitura N° 08

[ Confissões - Santo Agostinho (Séc IV) 240 pg. ]

Uma leitura que foi mastigada com o tempo. Agostinho merece a fama que tem no círculo teológico. Sua auto biografia espiritual, não perdeu sua atualidade. Nessa mistura poética, filosofica e teologiaca, Agostinho se desnuda sem medo de mostrar quem era e o que estava se tornando. Suas confissões, são por vezes uma denúncia profética sobre a vida de quem lê, e por outras um derramar de sabedoria prática. É preciso entender o contexto histórico, contudo, sua contribuição permanece até hoje. Ele confessa, não só o que era e quem é, mas acima de tudo, confessa sua completa dependência do Amado. E no "criaste-nos para Ti, e nosso coração vive inquieto se não repousar em Ti" está o cerne de quem não tem nada a temer sobre passado presente ou futuro, pois sabe muito bem quem é.

Leitura N° 09

[ Inteligência, pra quê? Como usar seu cérebro para a Glória de Deus. - Pedro Dulci  (2019) 176 pg. ]

Infelizmente, para muitos a Fé é a melhor desculpa para não se aprofundar sobre o que se crê, e por que se crê. Se creio porque creio, não preciso de razões. E por mais que esteja correto o entendimento de que a Fé a convicção do não se vê (não tem provas), o resultado da fé é sempre profundidade e não superficialidade. A superficialidade é a resposta de quem não se importa, mas apenas quer os benefícios de dizer que se importa. O tema é abordado de maneira pertinente, e gera ânimo de se fazer mais e melhor com os talentos que Deus nos deu. As universidades são e devem ser o ambiente onde a fé é presente e viva em seu devido lugar de importância, e ninguém precisa abrir mão do crê como atestado de intelectualidade. O livro de Dulce é importante e necessário.


Leitura N° 10

[ 12 maneiras como seu celular está transformando você - Tony Reinke (2020) 229 pg. ]

Eu confesso, meu Smartphone tem me transformado. Por mais que creia que muitos, se não todos de nosso presente seculo, também tenham sofrido essas mutações, falo por mim. E logico, não me refiro somente ao uso do smartphones, mas a tecnologia de maneira geral. E isso é obvio, a tecnologia veio para mudar nosso mundo mesmo, e é maravilhoso os inúmeros avanços civilizatórios. Mas tudo tem seu preço, quando não nos atentamos para o que pode estar em risco. Nunca estivemos tão próximos e tão distantes ao mesmo tempo, gastando horas e horas em entretenimento vazio, sendo reféns do imediatismo, do desejo de aprovação, solitários com milhares de 'seguidores', estúpidos e insensíveis blindados pelo rigidez dom touchscreen. Enfim, a lista é longa. Foi um livro confrontador, contudo, revigorante. Não há nada de errado em relaxar fazendo vários "nadas" em redes sociais, desde que o controle esteja em nossa mão. A piada, é que todo dependente de algo, diz estar no controle do que depende. 
Uma leitura esclarecedora, desafiadora e necessária.


Leitura N° 11

[ Racismo e Justiça a luz da Bíblia - Tim Keller (2020) 140 pg.]

Keller aborda um tópico sensível, mas tem propriedade para isso. Tanto por seu profundo engajamento, quanto por seu profundo conhecimento. Nosso tempo tenta desconstruir e resinificar tudo. E se por um lado temos uma leitura fundamentalista e literalista da bíblia, por outro temos uma leitura relativista e elástica, onde não importa o que está escrito, mas sim como me sinto em relação ao que está escrito - meus sentimentos são o crivo interpretativo da bíblia, da vida e da historia. E ambos são destrutivos.
Keller aborda âmbitos políticos, ideológicos e teológicos a respeito do assunto com a leveza que lhe é própria, apresentando uma visão bíblica balizada. Sem sombra de duvidas uma leitura essencial para os nosso dias.

Leitura N° 12

[ Por que sou cristão -  John Stott (2004) 144 pg. ]

Stott dispensa qualquer apresentação. Mas preciso elucidar o quanto fui e ainda sou abençoado com todos os seus escritos. Sua simplicidade, paixão, zelo e amor por ensinar sobre Cristo me inspiram profundamente. Seu livro em questão foi fruto, mas não resposta, do livro de Bertrand Russel, "Por que não sou Cristão"  - está na minha lista infinita de livros que ainda irei ler. Ele não se propõe a responder os questionamentos e argumentos de Russel, mas nos oferece uma visão profundo sobre a pessoa de Cristo e suas implicações na vida.
É preciso deixar claro, não há 'cristão' neste mundo que esteja a altura do exemplo e vida de Cristo, somos indignos do nome que carregamos. A realização mais profunda de minha vida, é um dia poder ser um homem com Jesus foi, até que isso aconteça, não passo de um homem falho lutando consistentemente para Amar aquele que me Amou primeiro. Por que sou cristão? Porque Ele me encontrou quando estava perdido, e me Amou, quando não merecia ser amado. Por que? É tudo por causa Dele.


Leitura N° 13

[ E a verdade os libertará: reflexões sobre religião, política e Bolsonarismo - Ricardo Alexandre (2020) 256 pg. ]

"Você está escolhendo um presidente ou um pastor?" Foi a pergunta que me fizeram na corrida eleitoral passada, em razão de minhas críticas sobre auto-intitulado candidato de Deus, da Família e Cidadão de Bem (com o apoio e consentimento da maioria absoluta dos evangélicos). Minhas críticas eram em suma, críticas religiosas. Tê-lo como porta voz dos Cristãos, deveria ser motivo de temor e não de alegria. Mas infelizmente, o evangelicalismo brasileiro tem um problema sério com messianismo e poder. 
Ricardo Alexandre fez um trabalho primoroso que merece ser lido e compartilhado a todos que anelam por ver o nome de Cristo engrandecido no lugar de ser vilipendiado. Suas reflexões muito bem embasadas política, histórica e biblicamente são um alento. O livro desnuda nosso cenário e nossa vergonha. Nós fizeram acreditar que vale tudo em nome do anti-petismo, até mesmo baratear o evangelho, em nome de Deus, da Família e dos Cidadãos de Bem, claro.

Que Deus tenha misericórdia de nós, e nos dê clareza em meio a tantas trevas de todos os lados.


Leitura N° 14

[ A religião do bolsonarismo: um ensaio teológico - Yago Martins (2021) 67 pg. ]

Yago carrega uma coragem que beira a soberba. De opiniões sempre fortes e contundentes, só fala do que crê e porque crê. Mesmo que discorde de alguns posicionamentos dele, reconheço que sua voz não deve ser ignorada. Ele tem algo a dizer que com certeza vai acrescentar em sua vida, mesmo que seja para nega-lo. Seu ensaio teológico sobre o fenômeno religioso ligado ao atual presidente merece ser lido e mastigado. Certo que achei alguns abordagens extravagantes e inócuas, mas em suma, a maioria de suas percepções são acertadas e necessárias em tempos de um evangelicalismo cada vez mais sectário. Mas sem dúvida o melhor livro sobre o assunto da perspectiva cristão evangélica é "E a verdade vos libertara" de Ricardo Alexandre.


Leitura N° 15

[ Notas da Xicara maluca - N. D. Wilson (2017) 207 pg. ]

Que livro meus amigos! De dar nó e desatar em movimentos quase que simultâneos. Sem dúvida um estilo literário que me cativou. Tratando de temas difíceis e doloridos com sabedoria, ludicidade e bom humor. Visitando a física, filosofia, historia e teologia com uma coragem que poucos tem.
A criatividade do autor é genial e confrontadora, por mais que ele não ofereça as resposta para tudo, suas perguntas são sem duvida um diferencial. Sem dúvida, uma leitura mais que recomendada.


Leitura N° 16

[ Moldando mentes e corações - Monica Whatley e Shawn Whatley (2019) 92 pg. ]

Educação tem sido um tema recorrente no decorrer desse ano. Creio que a escola não pode ser propriedade do estado, ao mesmo tempo que é preciso haver uma regulação dos limites que uma escola deve ter. O livro em questão aborda a educação cristão clássica na perspectiva de escolas confessionais. Fala sobre as inúmeras contribuições da educação clássica no processo civilizatório, mas peca pelo exclusivismo. Logicamente, as grandes religiões do mundo são exclusivistas (islamismo, judaísmo e cristianismo) pois imputam para si a propriedade privada da Verdade. Contudo, a realidade ideal do cristianismo deveria ser justamente a da tolerância com o divergente. Que não se impõe por vias coercivas sobre ninguém, pois não tem esse poder. Podemos ser exclusivistas sem ser excludentes. Isso significa crer na verdade única do evangelho, mas nunca criar sistemas que excluem ou marginalizam quem crê diferente de nós.
Sem duvida a educação confessional é o melhor caminho em contraste com a educação moderna, que se propõe a neutralidade, mas não tem nada de neutra, e rejeitando toda forma de expressão religiosa, não percebe que já se tornou religião também, e alias, a que mais cresce na modernidade, a "religião secularista".
O livro é muito bem escrito, tem ótimos argumentos e merece nossa atenção.

Leitura N° 17

[ O Profeta Prodigo: Jonas e o mistério da misericórdia de Deus - Timothy Keller (2019) 208 pg. ]

Mais uma obra sensacional, encantadora e desbravadora de Tim Keller. Ele demonstra sua genialidade ao fazer o paralelo entre a historia do "Filho Prodigo" com a historia de Jonas. No livro "O Deus Prodigo"(leitura 18/2020) ele já havia tratado da parábola do filho prodigo, falando sobre dois tipos errados de espiritualidade que geralmente cultivamos. E no livro em questão, ele repete as mesma assertivas, contudo de forma ainda mais profunda e contundente. A historia do profeta Jonas sem duvidas tem contornos maravilhosos de se analisar, e Keller faz isso com a excelência que lhe é própria. Nem precisa dizer que você precisa ler essa obra maravilhosa. 




















terça-feira, 10 de novembro de 2020

Leituras 2020

Leitura N° 34/2020

O último livro do ano, e o mais importante. Tenho dedicado minha vida ao Deus que se revela através dessas escrituras. Tenho dedicado minha vida a ler, meditar, estudar e aplicar os princípios deste livro em minha vida. E confesso, sem nenhuma falsa modestia, o quanto ainda me sinto uma criança. O quanto necessito aprender mais e me deleitar mais. Terminar está leitura sistemática, me permitiu ser lido por ela.

Das mais de duas mil marcações que fiz ao longo deste tempo, dentre dúvidas e deleites, confrontos e confortos. Rendo meu coração em Adoração ao Deus que nos Amou e escolheu para si apesar de nós.

Que meu coração não se aparte das Palavras deste livro. Que meu zelo pela Palavra, me leve a prática dela, mas nunca ao obscurantismo. Que as mais de 3 mil idiomas que ainda não tem as escrituras traduzidas, saibam que Deus fala sua língua. Deus fala nossa Língua. Que eu seja a Bíblia que meu próximo possa ler.

Glórias ao Deus que se Revela!

Leitura N° 33/2020

[ O anseio furioso de Deus - Brennan Manning (2010) 112 pg. ]

Depois de alguns anos, retorno mais uma vez ao deleite de ler Manning, e que bem me fez isso.

Manning não fala só da graça de Deus, é possível ver palpavelmente ela em seus caminhos e descaminhos.

Eis o Anseio Furioso de Deus, seu Amor, sua Graça, seus Mistérios continuamente a nos envolver. O que sou, que fui e o que serei diante dos olhos de um Deus que me ama, e que diariamente caminha conosco, apesar de nós mesmos.

No confronto de nossas hipocrisias, falsas modéstias, somos desnudados diante da Graça que não nos cobra nada, mas nos toma tudo.

Louvado seja o Deus que nos amou, mesmo quando éramos seus inimigos.

Leitura N° 32/2020

[ Aconselhando uns aos outros: 8 maneiras de cultivar relacionamentos saudáveis dentro da Igreja - Edward T. Welch (2019) 80 pg. ]

A dinâmica da vida congregacional nem sempre é um mel, como se espera. Alias, muitos são os que pelo fel dos relacionamentos abandonaram a comunhão. Para além das muitas razões, esse livro traz um grande alivio de nossas cargas comunais. Pois fala sobre nós, contudo, em primeira pessoa. Como eu posso ser uma melhor pessoa para o bem de todos ao meu redor, como posso ser resposta do cuidado e amor de Deus, como lidar com os problemas, tensões e cisões. Não é bem um manual ditando regras, mas sim uma series de princípios que quando bem observados nos levam a essa construção e manutenção de relacionamentos saudáveis.

Leitura mais que recomendada.

Leitura N° 31/2020

[ Doutrina do Pecado no Islamismo: um breve resumo de como acontece o pecado no islamismo - Boni Bonifácio (2020) 20 pg. ]

Ler é uma experiência maravilhosa, ler obras escritas por amigos é excepcional. Esse pequeno texto, fala de maneira fluida, simples e muito bem esclarecido. Contudo, é apenas um tira gosto, para o lançamento do livro que Boni já tem se dedicado a bastante tempo. 

Se fala muito sobre Islã, na mesma medida que se desconhece as inúmeras vertentes, posicionamentos, costumes e culturas atrelados a ele. Boni nos presenteia com um texto límpido, trazendo luz sobre o tema.

Estou na ansiosa expectativa de poder ler o livro dele.

Leitura N° 30/2020

[ O Sacerdócio Real de quase todos os Crentes - Rodrigo Bibo de Aquino  (2018) 27 pg. ]

Se você ainda não ouviu falar de Rodrigo Bibo, você está perdendo a oportunidade de crescer e amadurecer em sua fé.

No livro em questão, Bibo desenrola um tema um pouco controverso em nosso meio. Nossa vocação em Cristo, nosso serviço, nossa dedicação em Amor. O que significa esse sacerdócio universal? Que responsabilidade e comprometimento ele acarreta e de que forma nos encaixamos nessa convocação divina. É um livro bem curto, contudo, suficiente em conteúdo e reflexão para quem quiser entender um pouco mais do assunto de maneira pratica e acessível.

O livro, e o Bibo, são mais do que recomendados, consumam sem moderação.

Leitura N° 29/2020

[ Na Jornada com Cristo - Maurício Zagari (2016) 144 pg. ]

Mais um encontro literário com Maurício. Se ler suas postagens e respostas nós comentários já é um prazer, ler suas obras tem sido uma experiência maravilhosa.

O livro aborda o tema de nossas vidas. Nosso encontro e caminhar diário com Cristo. De maneira simples - como deve ser - Maurício aborda essas etapas do caminhar, falando das verdades do evangelho sobre o encontro com Cristo, o perdão de Deus, a confiança no Salvador entre outros assuntos. Revisitar essas Verdades, acalentam a alma.

Muito obrigado por fazer a caminhada mais leve.

Livro recomendado.

Leitura N° 28/2020

[ O Significado do Namoro - Jean Francesco (2018) 144 pg ]

A cada dia que passa, os relacionamentos se tornam cada vez mais vazios de sentidos. Eles se tornaram um fim em si mesmos, cujo o único objetivo é a satisfação do ego em detrimento de qualquer coisa que esteja no caminho, inclusive o par romântico. Já falei algumas vezes de Bauman, mas não custa relembrar. Ele chama isso de "Amor Líquido", sem forma, sem solidez. No lugar da "relação" entrou a "conexão", fazendo com que essa ligação seja mais fácil de ser dissolvido quando a paixão passar.

O livro em questão trata sobre essas questões também e nós brinda com um pensar a partir das escrituras sobre o assunto. E logo de cara, faz um resumo brilhante da história da progressão dos relacionamentos até chegar ao namoro moderno. O livro surpreende por sua linguagem acessível aos jovens, e também por ser visto a partir de nossa realidade do Brasil. Diferente do "Eu disse adeus ao Namoro" de Joshua Harris (Leitura N° 8/2018), o autor se concentra mais na perspectiva bíblica e aplicação em nossa realidade. Contendo ótimos conselhos para solteiros, namorados, noivos e até casados.

Não se deixem enganar, em uma sociedade que valoriza a adolescência tardia, só Homens Casam.

Leitura recomendada!

Leitura N° 27/2020

[ Chamado Radical: Não existem níveis seguros de consumo dessa substância - Bráulia Ribeiro (2007) 177 pg. ]

Já faz um tempo que venho sendo abençoado e instigado pelos escritos da Bráulia desde a época de sua página na Ultimato. Mas sempre tive um grande desejo de ler esse livro, e finalmente - graças ao The Pilgrem - eu consegui.

O coração arde em chamas com obras como essa. Me lembrei da primeira vez que li "Por essa Cruz te Matarei". Contudo, Bráulia carrega uma brasilidade em sua fala, e uma audácia santa, que nos sacode em nosso comodismo. Que bom foi ver sua história se desenrolar na minha amada Belém, e ver como as coisas se cruzam. Conheci a Thelma a alguns anos atrás, e só lendo esse livro me dei conta que perdi a oportunidade de ouvir pessoalmente algumas dessas histórias.

Seu livro me fez reviver e repensar inúmeros momentos de minha curta caminhada. Aqueceu meu coração na convicção radical de minha vocação.

Que Deus mantenha meu coração firme e constante, e que o Amor que tenho por Ele seja manifesto pelo Amor que dedico a todos que cruzam meu caminho. Amém

Leitura N° 26/2020

[ Ego transformado - Timothy Keller (2019)  48 pg. ]

Tim Keller já tem um espaço garantido em minha saga literária. Sua exposição bíblica acompanhada de uma visão aguçada das demandas da vida cotidiana, sempre me presenteiam.

Ao falar sobre nosso bendito Ego, ele põe o dedo em minhas feridas, e sou convidado uma vez mais a rendição. Ao olhar para nossa cultura de autoestima, ele consegue elucidar seus dos extremos, tanto da Alta como da Baixa, e nos confrontar com as verdades bíblicas.

O evangelho não combina com orgulho e somente um ego transformado consegue ver a beleza do evangelho.

Um livreto muito edificante. Recomendo

Leitura N° 25/2020

[ Calvinismo: as antigas doutrinas da graça - Paulo Anglaba (2015) 188 pg. ]

Minha relação de amor e ódio com o calvinismo já é antiga. Começou com as rodas de conversas na casa do Felipe, na época eu mal tinha idéia do que era tudo isso. Mas foi a partir dessa experiência, que meu interesse foi crescendo e oscilando com o tempo. Relutei, aceitei, e mais uma vez voltei a relutar. Costumo brincar, dizendo que sou um calvinista muito armeniano.

O Calvinismo, sem sombra de dúvida fornece uma sistematização doutrinária muito bem amarrada, o que gera mais solidez aos que crêem por esse ângulo. O livro em questão, explica de maneira sintética os 5 pontos do Calvinismo, tanto como sua origem, que segundo ele é muito anterior a Calvino. Calvinismo, é o nome que  eles dão para as doutrinas da Graça - segundo o autor. E aqui está, o único ponto que me incomodou bastante na obra, comparar/afirmar o Calvinismo como o próprio Evangelho. Além de ser um exclusivismo(excludente) é um reducionismo ao Evangelho. Sou extremamente abençoado por escritos e escritores calvinistas, ainda que discorde da posição supralarariana* de alguns deles.

A nota final do livro, trás um alívio diante de algumas posições que foram tomadas no decorrer do livro, quando fala a respeito de pessoas como Wesley e outros dissidentes, e com humildade reconhece que Deus está agindo no mundo, para além do Calvinismo metodológico. Enfim, uma ótima leitura para quem se interessa em saber mais sobre as fundamentações calvinista.

Livro recomendado.

*Alguns que acreditam que a "queda" foi determinada antes da criação. Diferem dos infralapsarianos que crêem que a "eleição" foi determinada antes da criação, contudo em função da criação.

Leitura N° 24/2020

[ Cristianismo Puro e Simples - C.S Lewis (1952) 288 pg. ]

Que livro, que livro. De tempos em tempos retorno a está obra. E desta vez foi ainda mais especial, pois a Kerllen leu juntamente comigo. Fazemos leituras sistemáticas dos livros da Bíblia, e dessa vez escolhemos alguns livros para fazer leituras conjuntas. Lewis, foi o primeiro que concluímos.

O retorno a antigas leituras sempre é uma experiência rica. Comparar minhas primeiras percepções, com as atuais. E como sempre, se encantar. Talvez a expressão que mais usamos enquanto liamos foi: "Uauuuuu".

A linguagem e raciocínio de Lewis nessa obra são fascinantes, justamente pela simplicidade que nos faz perceber as verdades que tantas vezes estão bem na nossa cara, mas que por razões diversas acabam por ser sufocadas pelo excesso de barulho ao nosso redor -  e nosso próprio barulho.

Todo seguidor de Cristo deveria ler esse livro antes de morrer.

Se é C.S Lewis, vale a pena ser lido. 


Leitura N° 23/2020

[ Sobre a Tirania: 20 lições sobre o Sec. XX para o presente - Timothy Snyder (2017) 168 pg. ]

Que livro, que aula. Snyder demonstra não só muito conhecimento de causa, como também muita sensibilidade e humanidade em suas colocações. Ele não poupa nenhum dos grandes governos tirânicos do Sec XX. Suas colocações são como mãos em nossa consciência histórica, para que não venhamos a repetir os mesmos erros, ou estarmos bem alertas quando os sinais da historia demonstrarem o retrocesso.

A historia pode até ter um desenrolar diferente, mas já temos muito material para ler, estudar e revisar, para ao menos tentarmos sermos pessoas melhores.

Quem curte o Trump, não vai gostar desse livro, devido ao exemplos que ele usa do presidente. Contudo, vale a pena cada tópico que ele pontua. Leitura mais que recomendada.

Leitura N° 22 /2020

[ Sociedade do Cansaço - Byung-Chul Han (2010) 136 pg. ]

O homem que se basta, não se atura. A busca pela autonomia humana tem se mostrado cada vez mais frustrante. No apogeu das sociedades bem desenvolvidas, multiplicasse a depressão e o suicídio.

Chul Han faz breves ensaios e analises que deixam escancaradas as misérias de nosso século. A "sociedade do cansaço" segundo ele, é marcada híper positividade que nos lança na "cultura do desempenho" e por fim nos faz escravos de nós mesmos, nos tornando vitimas e algozes de nossa própria existência. Os "workholic" (viciados em trabalho, como quem é em álcool) estão sempre há um passo do "burnout" (um dstúrbio psíquico de caráter depressivo, precedido de esgotamento físico e mental intenso). São exemplos claros da sociedade do cansaço. Os exemplos de sucesso, sucumbem cada vez mais rápido aos "burnouts" e AVCs. A linguagem bíblica diria "ganhar o mundo e perder a alma". Mas não se engane, isso não diz respeito a super empresários simplesmente. Já estamos impregnados dessa cultura e nem percebemos.

O livro nos instiga. Nos desafia a olharmos para nós mesmos. Para nossos padrões. Do contrario, seremos tal como a "Metamorfose" de Kafk, nossa utilidade chegara ao fim com nosso transformação mórbida, e nossa morte vai gerar alivio ao mesmo tempo que o ciclo se segue para os outros.

Muito obrigado Thalita pela recomendação. Livro mais que recomendado.

Leitura N° 21/2020

[ Inteligência Humilhada -  Jonas Madureira (2017) 336 pg. ]

Outro livro para ser relido, reassimilado. Seu conteúdo é denso, porém, prazeroso. Jonas Madureira nos presenteia com uma obra fruto de um coração compenetrado pelas escrituras. Neste livro, viajamos por inúmeras questões envolvendo a fé, filosofia, teologia, apologética e vivencia pratica das verdades das escrituras. A 'inteligência humilhada' segundo o próprio autor, é uma "consciência ferida pela Palavra, é o coração ferido, porém grato, pela dádiva da revelação, é o intelecto estendido a ponto de encontrar Deus quando sobe aos céus e quando faz a cama no mais profundo abismo”.

A obra em questão, segue o modelo de equilíbrio, nem sendo por demais racionalista, e nem por demais espiritualista. Propõe e contrapõe de maneira bem balanceada. O livro me edificou de muitas formas, percebo que ainda tenho um longo caminho pela frente de dedicação, humildade e paixão pelas escrituras.

Um livro a ser devorado humildemente por todos aqueles que querem submeter sua inteligência ao senhorio de Cristo.



Leitura N° 20/2020

[ Perdão total: um livro para quem não perdoa e para quem não consegue perdoar - Maurício Zágari (2014) 192 pg. ]

Primeiro encontro literário com o autor, que já há muito tempo admiro pela humildade, clareza e amor pelo Evangelho. Mauricio escreve de maneira palpável, é possível tatear seu amor, cuidado e zelo através das linhas. Foi uma leitura esclarecedora, confrontante, mas também carregada de alivio.

Falar sobre Perdão, é algo que ainda nos custa muito, por diversos fatores. Muitas vezes percebo em mim mesmo a necessidade de negociar os conceitos bíblicos de perdão, confissão e arrependimento. Contudo, sou atraído pelas escrituras e arrastado pela vida de Cristo.

As preciosas lições contidas neste livro, causaram muitos sentimentos em mim. Mauricio tem uma abordagem pastoral, humana e bíblica. Através das analises bíblicas, e do discernimento de nosso tempo, suas falas vão direto ao ponto que carecemos refletir.


Sem dúvida, uma ótima leitura. E que mais encontros literários aconteçam.

Leitura N° 19/2020

[ Cristianismo Descomplicado: questões difíceis da vida cristão de um jeito fácil de entender - Augusto Nicodemos (2017) 224 pg. ]

Rev. Augustus Nicodemus já é conhecido no Brasil por seu compromisso com as escrituras e luta por uma igreja saudável e esclarecida. O livro em questão, é uma de suas contribuições em relação a tantas dúvidas, algumas corriqueiras, outras nem tanto, sobre o viver diário da cristandade. Com seu conhecimento bíblico e eclesiástico, ele responde de maneira rápida e bem embasada. A maior parte das vezes em tom pastoral, de cuidado e orientação.

Não posso dizer que concordo com todos os seus posicionamentos expressos no livro. Mas sem duvida é um bom livro para quem quiser entender um pouco mais sobre a Fé e a Vida.



Leitura N° 18/2020

[ O Deus Pródigo: recuperando a essência da fé cristã - Timothy Keller (2008) 112 pg. ]

A primeira vez que tive contato com o conteúdo do livro, foi através das pregações de Tim Keller no encontro Sepal. Já faz alguns anos que essa mensagem por ele ministrada, continua presente em meu coração. Poder ler essa mesma mensagem em formato de livro, foi magnifico. 

Os dois modelos de espiritualidade, representados pelo filho mais novo e o mais velho, e o Amor e Constância do Pai, trazem uma serie de sentimentos em relação a nós e o que entendemos do Evangelho.

Esse é um daqueles livros que deveriam ser dados de graça em nossas igrejas.

Leitura N° 17/2020

[ Discipulado - Dietrich Bonhoeffer (1937) 256 pg. ]

Meu primeiro contato com Bonhoeffer, foi através da biografia escrita por Eric Metaxas "Bonhoeffer - Pastor, Mártir, Profeta, Espião". A história do pastor que se opôs a igreja de sua época em razão do apoio ao regime nazista, se infiltrou no regime nazista afim de derrubar através do assassinato do próprio Hitler, foi descoberto, e no cárcere produziu inúmeros conteúdos a respeito da fé, sendo por fim sendo fuzilado a mando do próprio Führer, é digno de um filme. Se bem que o filme "Operação Valquíria" mostra um desses planos.

Mas não se engane, a obra que temos exala ortodoxia e paixão pela palavra. Como bem destacou Metaxas, Bonhoeffer também foi profeta. Em suas palavras e discernimento sobre a maneira como a graça vem sendo barateada, por uma pregação que tenta justificar o pecado, e não o pecador. Geramos crentes carentes de alimento sólido das escrituras. Que quando não cambeiam para o relativo das escrituras, cambeiam para uma vida legalista. Para ambos, faltam as Escrituras.

Bonhoeffer dá um show de interpretação e visão eclesiástica. Por vezes duro, mais sempre fiel a sua própria consciência. Nós convida a radicalidade do extraordinário, ao mesmo tempo que nutre a mesma humildade que houve em Cristo. Nós faltam Bonhoeffer's entre nós.


Um clássico moderno, que merece nossa atenção.



Leitura N° 16/2020

[ A oração muda as coisas? - R. C. Sproul (2018), 112 pg. ]

R. C. Sproul é uma referencia na teologia, e não é por menos. Sua clareza e profundez são apaixonantes. Falar sobre oração, por vezes pode parece ser algo sem muita coisa a se falar, mas há tanto, e de tantas formas, que realmente se faz claro que "não sabemos orar". Sproul dá um show de conhecimento bíblico e discernimento, ao responder a pergunta "a oração muda as coisas?"

Afinal de contas, se Deus sabe de todas as coisas, por que devemos falar?

É possível mudar uma decisão divina?

Como devemos orar?

O que não devemos orar?

Essas e outras questões são respondidas por Sproul, e a única parte ruim desse livro, é que ele termina.

Leitura N° 15/2020

[ dEUSES FALSOS: As promessas vazias do dinheiro, sexo e poder, e a única esperança que realmente importa - Timothy Keller (2009) 192 pg. ]

A idolatria nos rodeia desde tempos imemoriais. Seus objetos de adoração mudam, mas sua essência continua a mesma. Não percebemos essas raízes por vezes tão entranhadas em nós. 

Um ídolo para ser ídolo, não precisa de um pano de fundo religioso, basta apenas ocupar um lugar que não é seu. Sendo assim, facilmente podemos criar ídolos para nós mesmos.

Tim Keller, que dispensa apresentações, trata de maneira cirúrgica e pastoral os falsos deuses de nossa época. De maneira bíblica nós confronta a olharmos para nós mesmos e para as escrituras, afim de reconhecermos nossos ídolos e destruir seus altares em nossos corações.

Uma leitura prazerosa do começo ao fim.

Leitura N° 14/2020

[ Liturgia do Ordinário: praticas sagradas na vida cotidiana - Tisha H. Warren (2019), 231 ]

Meu pecado, foi ter lido esse livro mais vorazmente do que ele merecia. Mas suas reflexões 'ordinárias', me cativaram tanto que me senti compungido a não parar a leitura.

Nessa cultura de sufoco, e de camadas, onde divisionamos a vida entre espiritualidade, trabalho, sentimentos e afins. Não nos permiti ver claramente a dádiva de viver para Deus em tudo que fazemos e vivemos. Pois Nele vivemos, nós movemos e existimos (At 17:28)

A autora nos leva a essa compreensão de uma espiritualidade que habita perenemete em todas as áreas da vida. Vinda de uma tradição Anglicana, Warren consegue fazer os paralelos da liturgia cultica com a liturgia diária de maneira encantadora. No geral, eu valorizava muito a espontaneidade da celebração, e entendo que minha falta de entendimento da liturgia, fazia dela algo vazio para mim. Minha apreciação pela arquitetura católica, e agora esse livro, me trouxeram uma nova compreensão da expressão litúrgica e simbólica.

O escrito inspira vida em meio a rotina diária. Com uma leitura devocional e um convite a resignificar a espiritualidade do ordinário.

Muito obrigado Irmãos.Com, sempre indicando ótimos livros no Literário. O podcast está sensacional! ❤️

Muito obrigado The Pilgrem, pelo ótimo conteúdo disponibilizado. Desejo todo sucesso a vocês.


Enfim, leitura mais do que recomendada.



Leitura N° 13/2020

[ O Clube Secreto da Dor: História de mulheres que foram vítimas de estrupo na infância ]

Angustiante, doloroso e necessário. Existem lágrimas engatas na garganta de muitas pessoas. A violência sexual deforma. Sentir a dor que emana desses relatos deve nos tornar mais sensíveis a vida que nós cerca que que se esvai.

Os relatos são tapas em nossa face, pois mostram a diversidade de pessoas, casos, respostas e apoio que pode ou não se ter. A violência na infância, deve causar em nós mais do que revolta. Deve gerar engajamento. É interessante que as histórias contadas, partem do adulto para a criança. Pensamos que crescer sara. Que nossas formações, conquistas e vitórias podem apagar o passado, mas ele continua lá, tentando tragar a vida e a conquista. Os traumas, complexos, medos e ansiedades como reflexo de infâncias roubadas.

Me solidarizo da dor e da luta. E anseio por ser resposta de Deus em Cristo aos que sofreram e ainda sofrem dos abusos passados. O livro merece ser lido, com o coração aberto e que chora. Assim como a alma ardente e que luta.



Leitura N° 12/2020

[ Como e Quando falar de sexualidade com as crianças : Estratégias para uma educação satisfatória - Brena Riker (2020), 95 pg. ]

Tenho todas as suspeitas para falar, Brena faz parte de minha formação no Caminho. Conhecer o David e a Brena, e fazer parte do Ministério SER, fazem parte daquelas experiências que ficam gravadas em nós. Ter o prazer de chama-los de amigos, é algo que carrego comigo.

Mas deixando a rasgação de seda de lado. O livro é fruto de lagrimas, dedicação, pesquisa e vivencia. Escrito com o coração e o intelecto, sua proposta é aguçar nossos sentidos, tentar entender nossa própria historia, afim de que possamos interpretar a realidade de nossas crianças a seu tempo e modo, de forma saudável e prazerosa. O livro veio como bônus do curso que ela já vem ministrando, e que sem dúvida forma uma união excelente.

Todo pai e mãe, que tem o mínimo de discernimento sobre os tempos tenebrosos que temos vivido, deveria adquirir esse livro e fazer o curso. Tenho certeza que não vão se arrepender.

Livro mais que recomendado.

Leitura N° 11/2020

[ Sem Perder a Alma - Ricardo Gondin (2008), 198 pg. ]

Mais um encontro literário com Gondin, e que encontro. Gondin desafia minha ortodoxia, e trás humanidade a minha teologia. O Deus Onipotente em que creio, ainda Onipotente, participa de maneira viva e encarnacional do cotidiano e suas intermitências. Sem perder sua Soberania e domínio do mundo se permiti viver com relés mortais como nós, sofrer nossas dores no Cristo e celebra-las, também no Cristo.


O livro em questão, apresenta ensaios, crônicas de vida e caminhada do autor. Não se propõe como tratado bíblico-teológico. Está mais para elucubrações poéticas de quem se permiti viver e questionar a vida e a teologia, sem perder a sensibilidade do Divino.

Sem perder a alma, um desabafo de quem viveu nos bastidores da fé e escolheu seguir um caminho de sinceridade de consciência, ainda que isso signifique exclusão e ostracismo. Gondin desafia minha ortodoxia, contudo, sem dúvida me empurra para a ortopraxia, pois mesmo discordando sou levado ao comprometimento mais concreto com o Cristo e a Fé que professo.


Leitura sem dúvida nenhuma recomendada.



Leitura N° 10/2020

[ Qual a Missão da Igreja? Entendendo a Justiça Social e a Grande Comissão - Kevin DeYoung & Greg Gilbert (2012) 360 pg. ]

O livro é um estudo profundo, honesto e muito bem embasado. Fui motivado na leitura dele, em razão de uma conversa com meu amigo David. Marcamos de 'debater' sobre o assunto. Mas foi uma conversa muito amistosa e enriquecedora sobre o tema. Como li ele como estudo, fiz muitas marcações e notas de rodapé. Confesso que não fui convencido em muitos argumentos do livro, e em muitos aspectos achei ele tendencioso em sua visão das escrituras, por vezes letrista. Mas entendi o cerne central, concordo com ele, e vejo problema em alguns desdobramentos que são apresentados.

O livro trás luz sobre o tema, mas ainda assim está um pouco longe de esgota-lo. Se faz necessária a leitura, pois é rico em referencias e perspectivas. Fortaleceu muitas crenças que nutro, me proporcionou uma visão mais ampla, mostrou outros caminhos. Ainda discordo da maneira como alguns argumentos foram construídos, contudo, é um livro que nos faz pensar a partir das escrituras, e isso sem dúvida é proveitoso.



Leitura N° 09/2020

[ Lendo os Salmos - C.S Lewis (1958) 160 pg. ]

C.S Lewis ainda é de longe o autor me mais me encanta. Sempre tenho de fazer esse lembrete, pois a cada livro lido sinto essa necessidade. "Lendo os Salmos" é um livro de um leigo ensinando outro leigo, como bem disse o autor. E é justamente neste ponto que podemos ver o brilhantismo de uma mente entregue a preciosa Graça. Quando ele disse isso foi para denotar sua imperícia diante do tema. O que temos, são as reflexões de um ser pensante, que tendo entendido o Evangelho, lê as escrituras a partir dele, e dela tira suas lições para vida. 

Sua perspectiva a respeito dos Salmos imprecatórios, aqueles em que o autor amaldiçoa e deseja a morte dos seus inimigos, apesar de chocante, é também muito esclarecedora. Sua percepção sobre a Natureza, a bondade de Deus e o Louvor, esfregam em nossa cara as obviedades que tendem a se esconder diante de nossos olhos.


Enfim, um livro sensacional, que deve ser lido como o próprio autor propõe. Estou até pensando em fazer um vídeo, explicando a parte do The Boys, que o Homelander usa um Salmo imprecatório como fundamentação para seu ataque aos inimigos. Mas vamos ver se um dia saí.


No mais, se é C.S Lewis, vale a pena ser lido.



Leitura N° 08/2020

[ 95 Mentiras do Mundo Gospel - Marcos Botelho e Victor Fontana (2016) 55 pg. ]

Com uma linguagem simples e bem humorada, Marcos Botelho e Victor Fontana, nos introduzem as 95 mentiras do Mundo Gospel. Essas meias verdades, que por diversas motivações se mantém em nosso meio, seja por boas intenções, seja por más, vem a tona de maneira descontraída. Através de pitadas de ironia e sarcasmo, e uma boa dose de Graça, os autores vão dando novas perspectivas sobre os assuntos.

Não é um manual, ou um estudo aprofundado, muitos dos temas abordados pode parecer até muito óbvio, contudo, o fato de estar nesse livro, gera aquele temor sobre como tem sido a vivencia da fé nos rincões deste país.

O livro foi fruto de esforço colaborativo de centenas de internautas, que compartilharam inúmeras vivencias, das quais foram selecionadas as 95, relembrando o numero de teses de Lutero na Reforma.


É um livro curto e agradável.   



Leitura N° 07/2020

[ A vida humana como reinvenção em Søre  Kierkegaard - Anderson Lima (2013) 112 pg ]

O existencialismo me chamou a atenção em Nietzsche, que por sua vez ganhou minha atenção através do Luiz Felipe Pondé. E por fim cheguei a Kierkegaard, que diferente do existencialismo niilista de Nietzsche, no lugar de nós lançar no vazio de uma existência sem sentido, aleatória e absurda, cria a plataforma para nos lançarmos a plena realização da autenticidade do ser, que está no encontra da identidade com o Eterno.
Ao dissecar a angústia e o desespero como condições inexoraveis aos seres humanos, ele aponta um caminho, não sem dor, de encarar a existência, tendo por sentido real o encontro com o Eterno.
Em Kierkegaard encontramos a referência do encontrar a verdade para si - o que soa como um relativismo de que cada um tem de fazer uma verdade para si, e seguir. A subjetividade está em primeiro plano, em detrimento do racionalismo objetivo. Contudo, para nós que cremos na Verdade absoluta do Evangelho, cabe a reflexão, que por mais que creiamos na Verdade do Evangelho, é preciso entender essa verdade não é conceito, não pode ser esquadrinhada, objetivada. A Verdade em que Cremos, é uma Pessoa, que está muito aquém do que podemos dissecar.
Anderson aborda a perspectiva Kierkegaardiana, da reinvenção da vida, da resignificação como caminho único para lidar com os absurdos da existência. Sabendo que a plenitude é resultado do encontro com Deus.
O panorama da vida e obra de Kierkegaard feita por Anderson é muito bem resumida e esclarecedora. Sua abordagem do pensamento a respeito da angustia e desespero, e a reinvenção da vida, são bem embasadas e prazerosa de se ler.

É um livro que vale a pena ser lido.


Leitura N° 06/2020

[ O Ódio como Política: A reinvenção das direitas no Brasil - Org. Esther Solano Gallego (2018), 180 pg. ]

O livro vai muito longe do que seja a imparcialidade, com uma leitura totalmente enviesada da realidade. Por mais que houvesse um esforço para tentar analisar, interpretar e julgar, é óbvio que os pressupostos já estão bem definidos, o que faz com que as conclusões sejam sempre mais do mesmo. Contudo, o livro não é de se descartar, mesmo em meio aos erros, existem muitos acertos também. Em sua introdução, ele já deixa claro um posicionamento que deve ser independente de ideologia: devemos primeiro observar, escutar, enxergar a realidade e entendê-la, para depois combatê-la. Lembrando que a imparcialidade é algo que se busca, e não que se têm.

Existe algo de muito errado, quando a direita cristã, em nome de Jesus, defende pautas que Jesus nunca faria. E assume discursos que nunca estariam na boca Dele. Quando aqueles que não crêem no Cristo, se portam com mais zelo pelas palavras Dele, do que aqueles que dizem servi-lo.
Logicamente, qualquer um pode remover das palavras de Jesus só que lhe agrada. Contudo, a nós que levamos o Cristo, isso não é opção, uma vez que Ele não é uma base retórica, mas sim a totalidade do que cremos.
Os autores do livro, entendem que a Direita, Conservadora, Neo Liberal, não é um grupo homogêneo, existem muitas matizes, e por isso mesmo, qualquer julgamento assertivo sobre a Direita é um equívoco desde o início. De certo, são novos tempos, de discursos extremistas encarados com ares de normalidade. E isso sem dúvida cai na conta do policiamento constante da esquerda. Quando se problematiza tudo, o efeito é inverso do esperado. Essa conta também está chegando para a direita, e assim seguimos o ciclo salomônico onde nada há de novo debaixo do sol.
Sim, é um livro de esquerda. Mas não caia na  falácia dos que dizem que entenderam, sem nunca ter de fato ter lido ou estudado nada a respeito. Sempre há o que aprender, até de quem discordamos.
No mais, é livro difícil de engolir e concordar em muitas partes, mas vale muito a reflexão.


Leitura N° 05/2020

[ A Máfia dos Mendigos: como a caridade aumenta a miséria - Yago Martins (2019) 252 pg. ]

Quase desde o começo do "Dois Dedos de Teologia" que venho acompanhado o trabalho do Yago Martins e entre concordâncias e discordâncias, vejo muita lucidez, equilíbrio e paixão pelo Evangelho. Apesar de já acompanhar ele a bastante tempo, esse é o primeiro livro de sua autoria que leio.  
O livro em questão tem um título indigesto, e  confesso que por mais que toda a argumentação seja boa de maneira geral, nesse ponto ele errou feio. O que ele denomina como "máfia" só faz sentido se for totalmente desatrelado do que seja de fato uma Máfia. Por já acompanhar muitos de seus posicionamentos, algumas questões foram meio difíceis de engolir em alguns aspectos. Como em uma jogo viciado, quando me proponho a fazer uma pesquisa, cuja as respostas eu sei sem sequer ter ouvido a pergunta, a realidade se molda ao meu crivo interpretativo.
Mas isso ele já deixa claro desde o começo do livro, quando afirma que não faz uma leitura neutra da realidade e finca uma estaca de conservador, direita, reformado e liberal em sua leitura do problema. Não precisa ser neutro para ser coerente, contudo sabemos que o fervor de nossas paixões influenciam nossos julgamentos.
Para além disso, vale muito a leitura dele. Não dá para concordar com tudo, mas no geral a experiência é muito produtiva e enriquecedora. Yago, em toda sua paixão pelo Evangelho, evidência uma proposta certeira e verdadeira. Que nosso engajamento na transformação de vidas seja pessoal, comprometido e sacrificial.
O livro é recomendado para todos, e especialmente para aqueles que exercem ministérios de misericórdia.


Leitura N° 04/2020

[ Igreja Sinfônica: Um chamado radical pela unidade dos cristãos - Pedro Dulci (2016), 128 pg. ]

Estamos diante de um dilema, a unida cristã evangélica. Digo dilema, pois parece que nossa diversidade luta ferozmente contra nossa unidade. São inúmeras as diferenças, de tal forma que para alguns chega até a ofuscar o que nós une. O livro em questão, é como um bálsamo em meio a esse caos. De conteúdo riquíssimo, nos faz querer comprar vários e destribuir.
De certo, nossa Missão é indissociável de nossa Unidade. Ser UM, é um dos principais requisitos para que o Cristo seja conhecido e reconhecido pelo que é.
Nossos imbróglios tem muitas razões, contudo, precisamos ser radicais em nossa decisão de união.
O livro cumpre de maneira primorosa sua proposta, apresentar uma Visão Sinfônica da Igreja. Seus diversos autores demonstram essa harmonia através da diversidade de contextos e ambientes. Talvez, a presença de um pensador pentecostal brindasse ainda mais a obra.

No mais, é mais um dos livros que precisam ser devorados por nosso tenro evangelicalismo. 


Leitura N° 03/2020

[ Nu de Si: Reflexões sobre espiritualidade cristã e sexualidade - David Riker (2019) 135 pg. ]

David escreve de um jeito que lhe é próprio.
Suas elocubrações poetico-racionais, fazem
com que uma variedade de temas ganhem
novos contornos, que com leveza nós bate o rosto de nossas contradições.
"Nu de Si", são ensaios e reflexões de alguém que diante do Eterno, percebeu que todas as suas tentativas "enfigueiradas" de esconder sua vergonha Daquele que tudo vê, são inúteis. Desnudar sua alma, é primeiro passo para se por em humilde reverência
diante do Eterno, e caminhar debaixo do
manto carmesim.
Com inteligência, poesia e humor, ele passeia por uma variedade de temas, cujo o objetivo e fomentar uma espiritualidade nua diante de si e de Deus.
Muito obrigado meu amigo, que o Pai continue a te prover de experiências compartidas.
Leitura preciosa, confrontante e agradável.

Livro mais que recomendável.



Leitura N° 02/2020

[ Uma Fera em Busca de Sentindo - Débora Fonseca (2010), 72 pg. ] 

Não é meu primeiro contato literário e nem pessoal com a Débora Fonseca. Tive o prazer de participar de palestras e seminários que ela esteve expondo. Tanto pessoal como literal, Débora cativa com sua simplicidade e profundida. Com o amor e delicadeza que trata dos temas por ela proferidos.
O livro em questão é apaixonante do começo ao fim. Não sei dizer se ele é relativamente rápido pelo conteúdo ou pela verocidade da leitura. Em sua obra ficcional, ela expõe em metáforas as nossos dilemas. No baile de máscara que muitas vezes vivemos, a aparente proposta de liberar a Fera que habita em nós para fazer o que bem entende, parece tentadora e libertadora. Mas liberdade sem Sentido, é prisão. No encalço da busca pelo Sentido, inúmeras adversidades tentam ofuscar e ocupar o propósito de nossas vidas. O livro, talvez, seja uma caricatura de nós mesmos.

No encontro com o Sentido, que não é uma idéia, mas sim uma pessoa. Podemos realmente 'sentir' o que é vida e liberdade.


Recomendo. ❤️



Leitura N° 01/2020

[ Jonas o Sucesso do Fracasso: Quando a vontade própria interfere nos planos de Deus - Caio Fábio (1991), 88 pg. ]

Mais um livro do Caio Fábio, cujo a reflexão ultrapassa o tempo, mesmo tendo sido escrito em 1991, é tão atual quanto o jornal de hoje.
Em seu raio-x do profeta Jonas, confesso que foi a primeira vez que tive uma abordagem dele como um profeta ideológico. Um nacionalista fervoroso, que coloca sua paixão ideológica acima da compaixão Divina. E por estar tão inviesado, perde a capacidade de sentir como Deus sente.
Caio faz críticas contundentes contra nossa teimosia em sacramentar o que não é santo, afim de derrubarmos os altares ideológicos que construímos, à esquerda e à direita.
O Sucesso da mensagem de arrependimento de Jonas, foi seu Fracasso pessoal, pois ele preferia que Nínive fosse destruída, do que ver sua paixão contrariada. E no seu Fracasso, estava o Sucesso do Deus que continua a nos amar, repreender e caminhar conosco.
Leitura não só recomendada, mas obrigatória para os dias de hoje.
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